segunda-feira, 12 de julho de 2010

Copa furiosa!


Chegou ao fim a angústia espanhola: depois de tanto tempo ouvindo gozações de todos os lados, enfim a Espanha conquistou a Copa do Mundo.

A final contra a Holanda foi um jogo bastante disputado, embora não tenha sido uma das melhores partidas da Copa. Pelo contrário: foram poucas as chances de gol no primeiro tempo, com muitos cartões amarelos e jogadas até mesmo violentas, como a voadora de De Jong em Xabi Alonso, ao lado. Ainda assim, os poucos bons lances serviram de alento, como a cabeçada de Sergio Ramos, defendida por Stekelenburg, e chute de Robben, já perto do intervalo, que Casillas conseguiu salvar.

No segundo tempo, a Espanha teve nova chance com um chute de Xavi, que passou raspando. A Holanda respondeu, com Sneijder deixando Robben na cara do gol, mas Casillas salvou novamente. Os gols incríveis desperdiçados passaram a fazer parte do roteiro. Xavi cobrou escanteio, e Sergio Ramos, mesmo cabeceando sozinho, jogou para fora. Mais tarde, Robben apareceu novamente na cara do gol, após ganhar na corrida de Puyol. O zagueiro catalão, no entanto, conseguiu atrapalhar o atacante holandês, fazendo com que Casillas conseguisse sair do gol a tempo. E o jogo ficou mesmo no 0x0. Pela 3ª vez em 5 edições de Copa do Mundo, os 90 minutos não foram suficientes para definir o campeão.

Na prorrogação, como de costume, as equipes produziam com cautela. Ainda assim, Fábregas, para a Espanha, e Mathijsen, para a Holanda, continuaram a sina de gols perdidos. Na segunda parte, o zagueiro Heitinga fez falta em Iniesta, levou o segundo cartão amarelo e foi expulso. E o próprio Iniesta apareceria de forma ainda mais evidente: após jogada rápida, Fábregas tocou para o meio-campista do Barcelona, que bateu cruzado: Espanha 1x0.

Pela primeira vaz na história, Madri será a morada da taça do mundo. Justiça há um país que há tanto tempo merecia essa coroação. A Copa do Mundo ganha seu oitavo campeão. Um campeão justíssimo. Para a Holanda, além da dor da terceira derrota em finais, fica ainda o gosto amargo de passar a ser o único país importante do mundo da bola que ainda não ganhou uma Copa do Mundo. Que também seja apenas uma questão de tempo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Uma final laranja e furiosa


Eis que são definidos os dois países que, no próximo domingo, estarão no Soccer City, em Johanesburgo, para decidir o campeão do mundo em 2010. E, de qualquer forma, teremos um campeão inédito, com Espanha ou Holanda finalmente saindo da fila, algo que, ao meu ver, já é merecido para ambos os lados há tempos.

Na terça, Holanda e Uruguai se enfrentaram, na Cidade do Cabo, em busca de uma final que seria a terceira para ambos os lados (embora a Copa de 1950 não tenha tido uma final, de fato, sendo decidida num quadrangular). A Holanda saiu na frente, com um gol de Van Bronckhorst, batendo de fora da área. Também de longe, Diego Forlán empatou pra a Celeste, ainda no 1º tempo. Na segunda etapa, o Uruguai voltou um pouco melhor, mas tinha dificuldades para concluir. Já a Holanda, não era nem sombras da equipe que venceu o Brasil. Mesmo assim, chegou ao segundo gol. Em sua jogada característica, Arjen Robben bateu, a bola desviou em Maxi Pereira e entrou. Os uruguios reclamram bastante, pois Van Persie, que não tocou na bola, mas participou da jogada, estava em posição irregular. Logo na sequência, veio o terceiro gol laranja, novamente marcado por Robben, após passe de Dirk Kuyt. O Uruguai foi para cima e ainda conseguiu marcar o segundo gol, com Maxi Pereira, já nos acréscimos. Mas não havia tempo: após 32 anos, a Holanda está de volta a uma final de Copa do Mundo.

Na outra semifinal, a Espanha, grande favorita, ao lado do Brasil, antes do início do torneio, enfrentou a Alemanha, que lhe "roubou" o favoritismo, massacrando adversários de respeito e apresentando um futebol envolvente. Futebol esse que não apareceu em Durban. Ao contrário do que havia feito contra Inglaterra e Argentina, os alemães respeitaram demais a Espanha e pagaram um alto preço por isso. Mesmo criando boas chances no primeiro tempo, a Fúria não conseguiu tirar o zero do placar. E o segundo tempo foi na mesma toada, a não ser por um momento em que a superioridade espanhola foi ainda maior, com o gol só não saindo por caprichos dos deuses da bola. Mas, aos 27, enfim, sai o gol: Xavi cobra escanteio, e Puyol, de cabeça, manda para as redes. Mesmo depois do gol, a Alemanha não conseguiu voltar a ser aquele mesmo time que encantou ao longo de todo o Mundial e deu clara impressão de que conquistaria o tetra. Não conquistará. Pela primeira vez na história, a Espanha está na final da Copa do Mundo. Uma final que colocará frente-a-frente a Laranja Mecânica contra a Fúria espanhola. O Velho Mundo ficará pequeno.

domingo, 4 de julho de 2010

Supremacia europeia



A América do Sul teve 5 representantes na Copa do Mundo 2010: Brasil, Argentina, Ururguai, Paraguai e Chile. Todos foram além além da 1ª fase, e o único que caiu nas oitavas foi o Chile, em um duelo "caseiro" contra o Brasil.

Porém, nas quartas-de-final, o "império" sul-americano na África caiu. Em um duelo de gigantes, Argentina e Alemanha repetiram o confronto que ocorreu na mesma fase há quatro anos. E, assim como em 2006, os "hermanos" viram chegar ao fim o sonho do tricampeonato. Logo no começo do jogo, Tomas Müller fez 1x0 para os alemães, placar que persistiu por toda a 1ª etapa. No 2º tempo, os argentinos começaram arriscando mais, enquanto a Alemanha tentava segurar a vantagem no marcador. Até que, aos 23 minutos, Miroslav Klose fez o segundo gol alemão. Cinco minutos mais tarde, Friederich fez 3x0, praticamente colocando a Alemanha nas semifinais. Ainda houve tempo para Klose marcar mais uma vez e dar o golpe de misericórdia: 4x0. Maradona se despedia de sua primeira Copa do Mundo como treinador de forma humilhante. Messi seguia a sina de outros nomes, como Ronaldinho e Figo, que chegaram em mundiais como os melhores do mundo, mas decepcionaram. Já os germânicos, se fortaleceram ainda mais, após eliminar dois concorrentes ao título com goleadas históricas, e já passam a ser dados por muitos como os grandes favoritos ao título.

Um dia antes, foi a vez de o Brasil dar adeus a África do Sul. Diante da Holanda, a seleção pentacampeã abriu o placar no começo do jogo, com gol de Robinho, após lindo lançamento do sempre criticado Felipe Melo. E dominou todo o 1º tempo, porém, desperdiçando as oportunidades de ampliar e ficar mais próxima das semifinais. E pagou muito caro por isso, pois, no 2º tempo, a Holanda voltou outro time. Aos sete minutos, cruzamento na área brasileira e Felipe Melo desvia para as próprias redes: era o empate holandês. O Brasil sentiu muito o gol, e pouco produziu depois deisso. A Holanda, ao contrário, cresceu no jogo, até que, aos 22 minutos, após outro cruzamento, Sneijder, de cabeça, virou o jogo, 2x1. Se já havia sentido o empate, o Brasil se descontrolou totalmente após a virada, ao ponto de Felipe Melo dar um pisão em Robben e ser expulso, justificando o temor de muitos brasileiros desde que o jogador fora convocado. Felipe, aliás, viu o céu e o inferno no mesmo jogo: deu o grande lançamento que resultou no gol de Robinho, marcou um gol contra e foi expulso. No mais, o que se viu foi um Brasil desesperado, sem condições alguma de reverter a situação, e uma Holanda consciente de que só precisaria esperar o tempo passar. Terminava assim o sonho verde e amarelo de ganhar sua terceira Copa do Mundo fora da América.

Outro sul-americano que comprou a passagem de volta para o lado de cá do Atlântico foi o Paraguai, que caiu diante da Espanha, em um jogo emocionante e, mais uma vez, com arbitragem desastrosa. Após um 1º tempo em que as marcações prevaleceram, a segunda etapa foi emocionante. Aos treze minutos, pênalti para o Paraguai: Óscar Cardozo cobra, mas Casillas defende. Na sequência, outro pênalti, dessa vez, inexistente e marcado a favor da Espanha. Xabi Alonso cobrou e marcou, mas a cobrança foi invalidada, devido a invasão na área. Curiosamente, também houve invasão à área no pênalti desperdiçado pelos paraguaios, mas a arbitragem fez vistas grossas. Quando Xabi Alonso cobrou novamente, Villar defendeu, segurando o placar em branco. Mas a lambança da arbitragem não acabou aí: no rebote, Fábregas sofreu pênalti claro, que não foi marcado. E o final dessa história não poderia ser mais emocionante. Iniesta faz grande jogada, toca para Pedro, que manda na trave. No rebote, David Villa, sempre ele, marca para a Espanha. A bola ainda bate nas duas traves, antes de entrar. Chegava ao fim a melhor campanha paraguaia em Mundiais. Já a Espanha, chega pela segunda vez na história entre os quatro melhores, mantendo vivo o sonho de, enfim, sair da fila.

E por pouco a América do Sul não ficou totalmente de fora das semifinais, como ocorreu em 2006. E o desastre só não se repetiu graças às novas "manos de díos". Em um jogo apontado por muitos como o melhor até agora, Gana e Uruguai se enfrentaram para definir o adversário da Holanda. Nos acréscimos do 1º tempo, Muntari abriu o placar para os africanos. Mas, já no início da segunda etapa, Diego Forlán, cobrando falta, empatou para a Celeste. Nenhuma equipe conseguiu se sobrepor à outra, e a partida terminou mesmo no 1x1, indo para a prorrogação. E o momento mais emocionante da Copa 2010 ocorreu exatamente no último minuto da segunda parte. Após bate - e - rebate na área uruguaia, o atacante Luís Suarez espalma a bola, em cima da linha, evitando o iminente gol ganês: pênalti e cartão vermelho. Na cobrança, Asamoah Gyan carimba o travessão, e a vaga que estava tão próxima acabou parando na loteria dos pênaltis. Por aquelas ironias do futebol, a primeira cobrança de Gana foi executada pelo próprio Gyan, que, desta vez, converteu com perfeição. Porém, na sequência, brilhou a estrela do goleiro uruguaio Muslera, que defendeu duas cobranças ganesas e garantiu o Uruguai de volta às semifinais de Copas do Mundo após 40 anos. Enquanto isso, Gana via chegar ao final, de forma incrível, o sonho de ser o primeiro africano entre os quatro melhores. Quem sabe em 2014?

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Abre o olho!


As oitavas-de-final não foram marcadas pelos grandes confrontos, tampouco por grandes atuações individuais. O assunto monotemático foram os gritantes erros de arbitragem. No aguardado duelo entre Alemanha x Inglaterra, os germânicos abriram 2x0, mas os ingleses diminuiram, com o zagueiro Upson. Dois minutos depois, Lampard bate de fora da área. Abola cai meio metro dentro do gol, mas o tento, que daria o empate aos ingleses, não foi validado. No 2º tempo, o English Team se jogou todo no ataque, e a Alemanha se aproveitou dos espaços deixados, marcou dois gols e se garantiu nas quartas.

No mesmo dia, Argentina e México se enfrentaram, no Soccer City. Após chute de fora da área, a bola bate em Carlos Tevez, que não tinha nenhum defensor entre ele e a linha de fundo, e entra no gol. Impedimento claro? Não para a arbitragem, que validou o gol argentino, 1x0. Poucos minutos depois, a equipe de Maradona fez o segundo e ficou com a prtida na mão- venceria por 3x1.

Nos outros confrontos, o Brasil passou fácil pelo Chile, 3x0, enquanto o Uruguai, em um jogo bastante disputado, venceu a Coreia do Sul por 2x1 e também se garantiu nas quartas-de-final. Em um dos principais confrontos, a Espanha, com gol de David Villa, impedido, venceu Portugal por 1x0. O Paraguai eliminou o Japão, a Holanda colocou um ponto final na grande campanha de estreia da Eslováquia, e Gana venceu os EUA na prorrogação, garantindo o continente anfitrião entre os oito.

Agora, teremos confrontos históricos se repetindo nas quartas-se-final. Brasil e Holanda se enfrentam, após a Laranja ter eliminado os brasileiros em 1974, mas ter levado o troco em 1994 e 1998. Alemanha e Argentina, final das Copas de 1986 e 1990, repetem o duelo que ocorreu na mesma fase de quartas-de-final em 2006. O Paraguai, pela primeira vez nas quartas, enfrenta a favorita Espanha, enquanto Uruguai e Gana brigam para ver quem será o semifinalista mais surpreendente de 2010.

A Copa do Mundo vai se afunilando. Mas é preciso uma melhora por parte da arbitragem. Ela não pode, sob hipótese alguma, chamar mais atenção que os jogadores, que as equipes, que as torcidas. Ainda é tempo para evitar que as arbitragens manchem de vez o Mundial da África do Sul.

sábado, 26 de junho de 2010

Agora é matar ou morrer. Agora?


Chega ao fim a fase de grupos da Copa do Mundo 2010. Mas parece que já estávamos nos mata-matas. Pela primeira vez na história, um Mundial não tem nenhum de seus dois finalistas de sua edição anterior na 2ª fase, resultado de campanhas vergonhosas de Itália e França. Os Bléus conseguiram ser mais vergonhosos fora do que dentro de campo. Após ofender o técinco Raymond Domenech durante o intervalo da partida contra o México, pela 2ª rodada, o atacante Nicolas Anelka ganhou a passagem de volta a Paris, gerando até boicote dos jogadores a um treino. E o clima lastimável não poderia culminar em outra coisa: derrota por 2x1 para a África do Sul e a eliminação na Copa do Mundo. Uma Copa que os franceses querem esquecer que existiu. Os sul-africanos, porém, não conseguiram evitar entrar para a história de uma forma negativa: pela 1ª vez, o país-sede é eliminado já na primeira fase.

Já a Azzurra não teve melancolia extra-campo. Deixou tudo para dentro das quatro linhas, mesmo. Os atuais campeões foram derrotados por 3x2 pela Eslováquia e terminaram em último lugar, sem vencer uma única partida. Foi a pior campanha da Itália na história dos Mundiais.

Já a Inglaterra conseguiu escapar por pouco de um destino semelhante. Não brilhou, mas venceu a Eslovênia por 1x0 e se garantiu nas oitavas. Quando essa partida terminou, ambas as equipes estavam classificadas. Porém, o jogo entre EUA x Argélia ainda não havia acabado. E, aos 45 do 2º tempo, Landon Donovan marcou 1x0, colocando os norte-americanos na segunda fase. Os eslovenos, que já comemoravam, ficaram perplexos diante da inacreditável eliminação.

Nos outros grupos, nada demais. Argentina, Alemanha, Holanda e Espanha confirmaram o primeiro lugar em seus respectivos grupos. No grupo G, Brasil e Portugal não saíram do 0x0, e os sul-americanos se garantiram em primeiro.

A África vai para as oitavas com apenas um representante, Gana, que perdeu para a Alemanha, mas assegurou-se no 2º lugar, graças a derrota da Sérvia diante da Austrália. A Nigéria, que tinha chances, empatou com a Coreia do Sul e foi eliminada. Os coreanos representarão a Ásia, assim como o Japão. Mas o grande destaque foi a América do Sul, que classificou todos os seus cinco representantes.

Agora são os mata-matas, com confrontos do nível de Alemanha x Inglaterra e Espanha x Portugal. Emoção não faltará.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Começam as definições e preocupações


Caros amigos, chegamos ao final da 2ª rodada da Copa do Mundo 2010, na África do Sul. Rodada essa que trouxe algumas definições e já colocou a corda em alguns pescoços.

No grupo A, a mística da camisa celeste voltou a prevalecer depois de muito tempo, e o Uruguai goleou os anfitriões por 3x0. Caía, assim, um jejum de 20 anos sem vitórias uruguaias em Mundiais, enquanto os sul-africanos praticamente deram adeus à Copa. Por falar em adeus, a França confirmou as más previsões pré-Copa do Mundo, perdeu por 2x0 para o México, e está muito perto de ser eliminada na 1ª fase pela segunda vez em três Mundias.

Mas os franceses podem não ser os únicos a dar vexame. A atual campeã Itália conseguiu a façanha de empatar com a fraquíssima Nova Zelândia, país onde o futebol ainda é apenas semi-profissional, por 1x1, e agora se vê em maus lençois. O mesmo pode-se dizer da Inglaterra, que com uma atuação sofrível, não conseguiu sair do 0x0 contra a também fraquíssima Argélia. De uma só vez, poderemos ter três forças deixando a África do Sul muito antes do previsto.

Mas também houve quem fez o caminho oposto. Após vitórias sem brilho na 1ª rodada, Brasil e Argentina venceram e convenceram. Os brasileiros, inclusive, já estão matematicamente garantidos nas oitavas de final. Quem também garantiu sua vaga foi a Holanda, com uma vitória por 1x0 sobre o Japão. Portugal, que havia ficado no 0x0 contra a Costa do Marfim, na 1ª rodada, desencantou para cima da pobre Coreia do Norte: 7x0, com direito a gol de Cristiano Ronaldo, o que não ocorria pela seleção há tempos. A Espanha se reabilitou e venceu Honduras, por 2x0. Tendo em vista os vexames de ingleses e italianos, só o fato de não ter ido pelo mesmo caminho já é um alento à Fúria.

A grande zebra da rodada foi a Alemanha, que, após grande estreia, foi derrotada pela Sérvia, por 1x0. Os germânicos sentiram a expulsão de Miroslav Klose e não tiveram forças para concluir em gol as oportunidades criadas. Agora, têm de vencer Gana, na última rodada, para se garantir sem depender de resultados alheios.

Gana, aliás, tornou-se a grande esperança dos africanos, pois é líder de seu grupo e depende apenas das próprias forças. Camarões já está eliminado, a África do Sul está em estado terminal e Costa do do Marfim depende de um milagre para continuar na Copa. A Nigéria, no entanto, ainda tem boas chances, pois só precisa vencer a Coreia do Sul e torcer para que a Grécia não derrote a Argentina. Tudo perfeitamente possível.

Agora é esfregar as mãos e aguardar pela derradeira rodada da Copa do Mundo. O paraíso de uns está próximo, e o inferno de outros já está flamenjando.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Abrem-se as cortinas!


Eis que começa a Copa do Mundo 2010. Concluída a 1ª rodada, algumas apostas já começam a ser feitas. Há quem diga que a Espanha, ao perder para a Suíça, por 1x0, demonstrou que mais uma vez chegará como favorita e morrerá na praia. Tudo muito precipitado. Já era sabido que os suíços abusariam da retranca. Vale lembrar que o ferrolho suíço caiu em 2006 sem sofrer um gol sequer ao longo de todo o Mundial. A Fúria desperdiçou chances, deu sopa para o azar e foi castigada com a derrota na estreia. Mas isso, nem de longe, significa que pipocará novamente. Ao meu ver, continua tão favorita quanto antes.

Quem apresentou o melhor futebol foi a Alemanha. O futebol de resultados de outrora foi deixado de lado, e uma equipe leve e envolvente passou fácil pela Austrália, por 4x0. O time da terra dos cangurus, por sua vez, não foram nem sombra da equipe que fez boa campanha há quatro anos, deixando transparecer que não repetirá a dose na África.

Dos outros favoritos, a França continua sua sina de estreiar mal em Copas do Mundo, com um 0x0 sem graça contra o Uruguai. O empate da Itália diante do Paraguai não pode ser visto como desastre, assim como o 1x1 da Inglaterra contra os EUA. Desastrosa é a situação dos goleiros ingleses. O frango incrível de Green só dá continuidade a outros desastres, que já chegaram a tirar da Inglaterra até uma vaga na Eurocopa. É um problema que parece estar longe de ter um fim, ainda mais quando vemos que os principais clubes da Terra da Rainha não possuem goleiros ingleses nem mesmo no banco. Tanto é que o titular da Inglaterra na Copa, o próprio Green, joga no West Ham, que quase foi rebaixado nesta temporada. Seu reserva imediato, James, joga no Portsmouth, que termionou a Premier League em último lugar. Concluindo o grupo dos favoritos, vale ressaltar a boa vitória da Holanda, por 2x0, diante da Dinamarca, e as vitórias "para o gasto" de Brasil e Argentina.

Menção honrosa para o choro do norte-coreano Jong Tae-Se, o "Rooney Asiático", durante o hino de seu país, antes do jogo contra o Brasil, que emocionou o mundo. Sim, ainda há espaço para nacionalismo em meio a tanto dinheiro e interesses à cerca de uma Copa do Mundo!

A anfitriã África do Sul merecia melhor sorte contra o México. Ficou no empate, e agora vai para cima da incógnita uruguaia e da poderosa, mas não menos duvidosa, França, para ver se consegue avançar às 8as de final pela 1ª vez na história, ou se torna-se o primeiro anfitrião a cair já na fase inicial.

E esse é só o começo, pois ainda temos um mundo, uma Copa do Mundo inteira pela frente.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dois gigantes e um novo campeão

Chega a virada do século, que é marcada por dois grandes craques: Ronaldo e Zidane. Os gigantes Brasil e Itália acrescentam mais um título em suas respectivas coleções, enquanto a França se torna um novo membro do seleto grupo dos campeões do mundo.

1998- França

Eis que chegam ao fim o século XX e o 2º milênio. E ambos foram fechados com chave de ouro pela Copa do Mundo de 1998. Pela segunda vez na história, a França sediou o torneio. Mas, ao contrário de 60 anos antes, não era mais uma seleção qualquer, pois já havia feito grandes Mundiais em 1958, 1982 e 1986, quando chegou às semifinais, e, principalmente, conquistou um título da Eurocopa, em 1984. O lado negativo dos anfitriões é que haviam ficado de fora das Copas de 1990 e 1994, resultado claro do fim da "Era Platini". Porém, surgiam novos valores, como Djorkaeff, Henry e, sobretudo, Zidane, que queriam levar a França de volta ao primeiro escalão.

O regulamento mudou. O número de participantes saltou de 24 para 32, e agora só se classificavam os dois primeiros de cada grupo. As principais ausências foram o bicampeão Uruguai e a Suécia, semifinalista em 1994.

Na 1ª fase, a grande zebra foi a eliminação da Espanha, que foi a França confiante, mas perdeu para a Nigéria e empatou com o Paraguai. Nem mesmo a goleada sobre a Bulgária na última rodada por 6x1, a maior daquela Copa, serviu para salvar a vida do espanhois.

Já nas oitavas-de-final, um grande jogo: Argentina x Inglaterra. Logo aos 5 minutos de jogo, o árbitro marca um pênalti inexistente a favor da Argentina. O matador Gabriel Batistuta, maior artilheiro da história da seleção "albi-celeste", cobra e abre o placar: 1x0. Quatro minutos depois, outro pênalti, dessa vez para a Inglaterra. Alan Shearer bate e empata. Aos 16, o garoto Michael Owen, de apenas 18 anos, faz jogada espetacular e vira o jogo para os ingleses: 2x1. Nos acréscimos da 1ª etapa, após cobrança de falta ensaiada, Javier Zanetti deixa tudo igual novamente. No 2º tempo, após ser provocado por Diego Simeone, David Beckham, considerado o maior jogador inglês, agride o adversário e é expulso. O jogo termina nos 2x2 e acaba sendo decidido nos pênaltis. Carlos Roa defende duas cobranças inglesas e coloca a Argentina nas quartas-de-final. Nos outros confrontos, O Brasil passa fácil pelo Chile, a França sofre, mas vence o Paraguai e Alemanha, Itália e Holanda também se garantem nas quartas.

Nas quartas-de-final, os anfitriões franceses, que, até o momento, tinham 100% de aproveitamento, têm um verdadeiro teste de fogo: a Itália. O jogo foi bom, com boas chances de gols para ambos os lados, principalmente para os franceses. Mas o zero não saiu do placar e a decisão foi para os pênaltis, vencidos pela França, por 4x3. Pelo 3º vez Mundial seguido, a Itália caía nas penalidades. Brasil e Dinamarca fizeram um jogaço. Jorgensen abre o placar para os dinamarqueses logo aos dois minutos. Aos 11, Bebeto empata e Rivaldo vira aos 27. No 2º tempo, Brian Laudrup, aos 5 minutos, empata para a Dinamarca, mas Rivaldo, dez minutos depois, faz o gol da vitória e da classificação brasileira: 3x2. Argentina e Holanda também fazem um grande jogo. Aos 12, a Laranja Mecânica abre o placar, com Kluivert. Cinco minutos mais tarde, Claudio Lopez empata para a Argentina. Quando todos já se preparavam para a prorrogação, Dennis Bergkamp, aos 44 minutos do segundo tempo, faz 2x1 para a Holanda e garante os europeus na semifinal. A Alemanha, assim como em 1994, deu vexame nas quartas. Foi humilhada pela estreante Croácia por 3x0 e disse adeus ao sonho de conquistar o tetra ainda no século XX.

Nas semifinais, a França espantou a zebra croata com uma vitória por 2x1, de virada, e se garantiu na final pela 1ª vez na história. Na outra partida, Brasil e Holanda fizeram mais um grande jogo. Após um 1º tempo sem gols, Ronaldo abriu o placar para o Brasil já no primeiro minuto da etapa final. Os brasileiros já começavam a comemorar a classificação quando, aos 42, Patrick Kluivert empata o jogo e leva para a prorrogação. Como normalmente acontecia nas prorrogações com gol de ouro, ninguém ousou, pois sofrer um gol seria o fim da Copa. E vieram os pênaltis. Taffarel defende duas cobranças e classifica o Brasil para a final.

O palco da decisão foi o novíssimo Stade de France, em Saint-Denis, nas cercanias de Paris. Antes da bola rolar, muita polêmica, sobre um suposto veto médico ao brasileiro Ronaldo. Porém, ele foi para jogo. Aos 27 minutos, após cobrança de escanteio, Zidane marcou de cabeça: 1x0 para a França. Nos acréscimos, o filme se repetiu: escanteio para a França e Zidane, de cabeça, manda parra o fundo das redes. Com 2x0 contra, o Brasil foi com tudo para o segundo tempo. Porém, a pressa rapidamente converteu-se em desespero, e a equipe brasileira nada conseguia produzir. No final do jogo, Emannuel Petit fechou o caixão: França 3x0. Pela 1ª vez na história, os franceses eram campeões da Copa do Mundo. E o século XX pode chegar ao fim com um dos Mundiais mais fantásticos de todos os tempos.


Zinedine Zidane: o craque da virada do século


2002 - Coreia do Sul e Japão

O 1º Mundial do século XXI e do 3º milênio já chegou com uma grande novidade: pela primeira vez, dois países sediariam a Copa do Mundo ao mesmo tempo, Japão e Coreia do Sul, o que significaria também o primeiro Mundial jogado na Ásia.

O regulamento de 1998 foi mantido integralmente. Após dois Mundiais seguidos de fora, o Uruguai voltou a marcar presença, mas já caiu na 1ª fase sem vencer nenhuma partida. A Holanda, após grandes participações, ficou de fora.

A primeira fase foi zebra total. A própria abertura, em Seul, foi histórica, com a França, atual campeã do mundo e da Europa e favorita disparada, perdendo para o estreante e inexpressivo Senegal, por 1x0. A França ainda ficaria no 0x0 com o Uruguai e levaria 3x0 da Dinamarca e sairia da Copa com a pior campanha de um atual campeão em todos os tempos, sem marcar sequer um gol. Outro favorito que caiu foi a Argentina. Dona de um grande time e grande campanha nas eliminatórias sul-americanas, caiu em um grupo dificílimo. Ganhou da Nigéria, perdeu para a Inglaterra e empatou com a Suécia. Fez 4 pontos, ficou em 3º e foi eliminada. Portugal, que voltava após 16 anos de ausência com grande expectativa, muito por causa do astro Luís Figo, também decepcionou. Mesmo em grupo fraco, com Coreia do Sul, Estados Unidos e a decadente Polônia, fez apenas 3 pontos e acabou eliminado. A Itália por pouco não foi pelo mesmo caminho, mas se classificou.

Nas oitavas-de-final, outra zebrassa, mas com forte influência da arbitragem. A Itália vencia a Coreia do Sul, em Seul, por 1x0 quando, no último minuto, o árbitro ignorou um pênalti sobre o italiano Inzaghi. No contra-ataque, os coreanos empataram o jogo e levaram para prorrogação, onde Seol marcou o gol da histórica classificação para as semifinais. Curiosamente, foi mandado embora de seu clube, o Perugia, da Itália, por causa desse gol. Nos outros jogos, Brasil e Alemanha venceram, a Inglaterra deu show, o co-anfitrião Japão foi eliminado pela Turquia e Senegal surpreendeu mais uma vez, ao vencer a Suécia na prorrogação e chegar às quartas-de-final, se igualando à Camarões de 1990.

Nas quartas, a Alemanha venceu o EUA por 1x0 e chegou às semi. A zebra Senegal foi eliminada na prorrogação, contra a Turquia. Espanha x Coreia do Sul foi polêmico ao extremo: após um gol do espanhol Baraja ser anulado inexplicavelmente, ainda no 1º tempo, o jogo fica no 0x0 e vai para a prorrogação, onde a Espanha tem outro gol mal anulado. Nos pênaltis, a Coreia vence por 5x3 e se torna o primeiro país asiático a chegar às semifinais. O grande jogo foi Brasil x Inglaterra. Após uma lambança do zagueiro brasileiro Lúcio, Owen abre o placar para o English Team. No final do 1º tempo, surge Ronaldinho. O gaúcho fez boa jogada e passou para Rivaldo empatar, já nos acréscimos do 1º tempo. No 2º, Ronaldinho cobra uma falta de longe, tentando cruzar. Mas a bola faz uma curva, engana o goleiro David Seaman e entra. Como se não bastasse, o brasileiro ainda é expulso, mas o Brasil segura os 2x1 e se garante nas semifinais.

Nas semi, as zebras resolvem ir embora e a lógica prevalece, com o Brasil vencendo a Turquia e a Alemanha derrotando a Coreia do Sul, ambos por 1x0.

Pela primeira vez em Copas, Brasil e Alemanha se enfrentariam, e logo numa final. O palco foi o estádio Internacional de Yokohama, no Japão. O 1º tempo foi bom, mas não teve gols. No 2º, o goleiro Oliver Kahn, o melhor jogador da Copa, comete uma falha incrível, bate roupa e entrega a bola nos pés de Ronaldo, que não perdoa: Brasil 1x0. A Alemanha vai para cima, mas a noite no Japão era verde e amarela. Após jogada de Kléberson, Rivaldo faz o corta-luz e a bola sobra para Ronaldo, que, letal, marcou seu segundo gol no jogo, oitavo na Copa. 2x0 para o Brasil, campeão mundial pela 5ª vez., começando o século XXI repetindo o que mais fez no século XX.

2006 - Alemanha

Pela 2ª vez na história, a Alemanha foi sede da Copa do Mundo. Ou primeira, pois quem sediou em 1974 foi apenas a Alemanha Ocidental. Inclusive, uma das sedes de 2006, Leipzig, fazia parte da antiga Alemanha Oriental.

O regulamento permaneceu igual, pela 3ª edição seguida. O Uruguai mais uma vez ficou de fora, assim como Turquia e Senegal, surpresas de 2002.

Se em 2002 sobraram zebras na 1ª fase, elas sumiram em 2006. Nas oitavas-de-final, Alemanha, Brasil, Itália e Inglaterra venceram e se classificaram. A Argentina suou, mas venceu o México na prorrogação. Em um jogo que registrou incríveis 20 cartões, sendo 16 amarelos e quatro vermelhos, recorde em Copas do Mundo, Portugal venceu a Holanda por 1x0. A Suíça perdeu para a Ucrânia nos pênaltis e se tornou o primeiro país a ser eliminado sem levar nenhum gol ao longo do torneio. No principal jogo, a França, que fez fraca primeira fase, venceu a Espanha, que tinha 100% de aproveitamento, por 3x1 e ressussitou.

Nas quartas, Argentina e Alemanha fizeram um grande jogo. Os argentinos abriram o placar no começo do 2º tempo, com Roberto Ayala. E os alemães empataram aos 35, com Miroslav Klose. Nos pênaltis, a Alemanha se garantiu em sua segunda semifinal seguida. No mesmo dia, a Itália venceu fácil a Ucrânia, por 3x0. Estava formada a 1ª semifinal. No dia seguinte, Inglaterra e Portugal ficaram no 1x1. Nos pênaltis, os ingleses deram uma aula de como não se deve cobrar penalidades e caíram, por 3x1. Logo depois, o Brasil, favorito disparado ao título, perdeu para a França, por 1x0. Após 3 finais seguidas, os brasileiros não chegavam sequer entre os quatro melhores.

Na semifinal, as tricampeãs Alemanha e Itália se enfrentaram em Dortmund. O jogo foi bom, mas os gols não saíram. Na prorrogação, as duas equipes respeitavam-se, mas sem abdicar de jogar. Até que, no penúltimo minuto do 2º tempo, Fabio Grosso faz 1x0 para a Itália. Os anfitriões vão com tudo em busca do empate. No desespero, deixam espaço para a Azzurra encaixar um contra-ataque e Alessandro Del Piero matou o jogo: 2x0, Itália na final. A outra partida foi menos emocionante, com a França vencendo Portugal por 1x0.

O estádio Olímpico de Berlim recebeu a decisão entre Itália e França. Logo aos 5 minutos, pênalti para a França. Zidane, com uma frieza incrível, bate com efeito e marca: 1x0. Aos 17, Materazzi empata. Mas não foi pelos gols que Zidane e Materazzi ficaram marcados nesse jogo. A partida terminou 1x1 e foi para a prorrogação. Nos 30 minutos, só aconteceu uma coisa importante, mas que entrou para a história: após ser provocado por Materazzi, Zidane acerta uma cabeçada no zagueiro italiano e é expulso. Essa era a última partida como profissional de Zizou, que já havia anunciado que encerraria a carreira após a Coa. Um triste fim para uma trajetória brilhante. E, pela segunda vez na história, a Copa do Mundo seria decidida nos pênatis. Curiosamente, as duas teve a Itália em campo. Graças a uma cobrança no travessão de David Trezeguet, a Azzurra encerrou um longo jejum de 24 anos e conquistou a Copa do Mundo pela quarta vez. E, de quebra, encerrou a maldição dos pênatis, que a derrubou em 1990, 1994 e1998 .

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A era Maradona

Diego Armando Maradona foi um dos maiores jogadores da história - para muitos, o maior de todos. Na campanha vitoriosa da Argentina em 1978, apesar de todo o apelo popular, não foi convocado. Em 1982, foi, mas não brilhou. Porém, os três Mundiais relatados neste post foram os que ele mais apareceu. Em 1986, fez, provavelmente, a maior atuação de um jogador ao longo de uma Copa do Mundo. Em 1990, jogou no palco onde se destacou na Europa e levou seu país a mais uma decisão. Em 1994, sua última Copa, mostrou seu outro lado, nada glorioso, ao ser suspenso por doping.

1986 - México

Sede: esse sem dúvidas foi o grande problema desse Mundial. A princípio, a Copa do Mundo de 1986 seria disputada na Colômbia. Porém, devido à forte crise financeira que o país atravessava, acabou desistindo do Mundial. A FIFA chegou a oferecer a sede ao Brasil, que não aceitou, pois também atravessava forte crise. Então, o México se ofereceu para receber a Copa e foi aceito. Porém, meses antes do início da competição, o país foi atingido por um forte terremoto, que ameaçou a realização do Mundial. No entanto, os mexicanos conseguiram se reerguer e mantiveram a Copa em seu país. E o México se tornava o 1º país a sediar duas Copas do Mundo.

O regulamento, em relação a 1982, manteve os 24 participantes. Porém, o número de classificados para a 2ª fase, jogada no sistema de mata-mata, subiu para 16 (os dois primeiros de cada um dos seis grupos, mais os quatro melhores terceiros colocados). Como sempre, houve uma ausência sentida, que dessa vez foi a Holanda.

Após uma 1ª fase que teve como única surpresa o Marrocos se classificando em 1º lugar num grupo que tinha Inglaterra, Polônia e Portugal (que voltava à Copa após 20 anos, mas não passou na fase inicial), as oitavas-de-final teve confrontos importantes, como a vitória da Argentina sobre o Uruguai por 1x0, a queda da atual campeã Itália frente à França por 2x0 e o massacre da Espanha contra a Dinamarca, sensação da 1ª fase, por 5x1, além de goleadas do Brasil, contra a Polônia (4x0) e da Inglaterra, frente ao Paraguai (3x0).

Nas quartas-de-final, três confrontos foram definidos nos pênaltis: após empate em 1x1 no tempo normal, a Bélgica venceu a Espanha por 5x4 e chegou às semifinais pela 1ª vez; depois de empate sem gols, o anfitrião México foi eliminado pela Alemanha Ocidental por 4x1; e, em um jogo marcante, Brasil e França ficaram no 1x1, com direito a pênalti perdido pelo brasileiro Zico. Na decisão por pênaltis, Platini jogou sua cobrança para fora, mas os franceses venceram por 4x3 e chegaram às semifinais pela segunda vez seguida. Mas o grande jogo foi, sem dúvidas, Argentina e Inglaterra. Em um jogo de extrema rivalidade extra-campo, devido à Guerra das Malvinas (ou Falklands, como chamam os britânicos), o craque Diego Maradona arrebentou. Após um 1º tempo sem gols, "El Pibe D'Oro" abriu o placar para a Argentina aos 6 da etapa final, com um gol marcado escandalosamente com a mão. Quatro minutos depois, driblou meio time da Inglaterra e marcou um gol antológico, talvez o mais belo de todos os Mundiais. Aos 36, os ingleses diminuíram, com Gary Lineker. Embora tenha forçado nos dez minutos restantes, os britânicos disseram adeus à Copa do Mundo de 1986.

Nas semifinais, mais uma vez, Maradona brilhou e marcou os dois gols argentinos na vitória por 2x0 sobre a Bélgica. Pelo mesmo placar, os alemães eliminaram a França pela segunda semifinal de Copa do Mundo seguida.

16 anos depois, o estádio Azteca, na Cidade do México, voltou a ser o centro do mundo da bola. Alemanha Ocidental e Argentina foram a campo em busca de mais um título mundial, o terceiro para os europeus, o segundo para o país sul-americano. Aos 23 minutos, Brown abriu o placar para a Argentina. No segundo tempo, aos 10, Jorge Valdano fez 2x0. Mas a Alemanha Ocidental não desistiu e diminuiu aos 29, com Karl-Heinz Rummenigge, colocando fogo no jogo. Tanto fogo que, seis minutos mais tarde, chegou ao empate, com Rudi Völler. Porém, apenas três minutos depois, Burruchaga marcou o gol do título da Argentina: 3x2. Em uma final épica, os argentinos conquistaram a Copa do Mundo pela 2ª vez na história, ficando bem próximos dos recordistas Brasil e Itália, ambos com três títulos até então.


Diego Maradona: ele foi notório nos três Mundiais

1990 - Itália

Pela 2ª vez na história, a Itália sediou a Copa do Mundo. Dessa vez, muitas diferenças haviam em relação a 60 anos antes. A Copa já era uma competição consolidada e já não havia boicotes, como o do Uruguai, em 1934. Pelo contrário, as seleções faziam de tudo para jogar o Mundial. Como o Chile, por exemplo, que teve o goleiro Rojas simulando ter sido atingido por um sinalisador, na partida contra o Brasil, no Rio de Janeiro, para forçar o encerramento do jogo, uma possível desclassificação brasileira e evitar a eliminação chilena naquele dia. Não adiantou: foi banido do futebol pela FIFA e o Chile foi impedido de jogar as eliminatórias para 1994.

O regulamento de 1986 foi integralmente mantido e a única ausência mais sentida foi a da França, semifinalista nas duas edições anteriores.

Após uma 1ª fase que nenhum favorito ficou pelo caminho, as oitavas-de-final colocaram frente-a-frente ninguém menos que Brasil e Argentina. Os brasileiros tinham 100% de aproveitamento, mas não empolgavam. Já os argentinos, sofreram para passar da 1ª fase. O Brasil jogou melhor o jogo inteiro, mas, aos 35 do 2º tempo, após grande jogada, Maradona deixou Caniggia na cara do gol. Oportunista, ele não desperdiçou: 1x0 para a Argentina, e o Brasil saiu da Copa do Mundo com uma participação das mais amargas. Em outro confronto entre campeões, a anfitriã Itália venceu o Uruguai por 2x0. Mas um jogo que chamou a atenção de todos foi Colômbia x Camarões. Após empate em 0x0 no tempo normal, Camarões venceu a prorrogação por 2x1, com dois gols de Roger Milla, um deles numa lambança do folclórico goleiro Higuita (tentou ir driblando até o meio de campo e perdeu a bola, quando já perdia por 1x0) e se tornou o 1º país africano a chegar às 4as de final.

Nas quartas, a Argentina venceu a Iugoslávia, nos pênatis, por 3x2, com direito a cobrança perdida por Maradona, após empate em 0x0, e se classificou para as semifinais. Itália e Alemanha Ocidental fizeram 1x0 em Irlanda e Tchecoslováquia, respectivamente, e também avançaram. Com um gol na prorrogação, a Inglaterra venceu Camarões por 3x2 e chegou às semifinais pela 2ª vez na história, colocando um ponto final na melhor campanha de um país africano em Copas do Mundo até então.

Nas semifinais, os dois confrontos foram para os pênaltis. Após empate em 1x1, a Alemanha Ocidental venceu a Inglaterra por 4x3 e se tornou o primeiro país a chegar três vezes seguidas à final. Na outra partida, Maradona, considerado um deus em Nápoles, foi ao estádio San Paolo como adversário - e soltou palavrões contra a mesma torcida que até hoje o endeusa, quando a mesma vaiou o hino argentino. Com a bola rolando, Itália e Argentina ficaram no 1x1. Nos pênaltis, após defender duas cobranças italianas, o goleiro Goycochea garantiu a Argentina na final pela 4ª vez na história, a terceira em quatro edições.

Pela primeira- e até hoje única vez na história, a mesma final se repetiu por duas edições seguidas: Alemanha Ocidental x Argentina. O jogo, disputado no estádio Olímpico de Roma, ia se arrastando para o primeiro 0x0 em final de Copa do Mundo quando, aos 40 minutos do segundo tempo, o árbitro marcou pênalti para os alemães. Andreas Brehme foi para a cobrança e não titubeou: 1x0. A Alemanha Ocidental se vingava de quatro anos antes, conquistava a Copa do Mundo pela 3ª vez e se igualava a Brasil e Itália como a maior campeã da história.

1994 - Estados Unidos

Os Estados Unidos nunca foram muito fãs do futebol. Mas são o maior mercado consumidor do mundo. Por isso, a FIFA resolveu "investir" no país e levou a Copa do Mundo de 1994 para lá. E os americanos não decepcionaram, batendo recordes de público que perduram até hoje. O único problema foram os horários, com alguns jogos sendo disputados ao meio-dia, em pleno calor do Texas, por exemplo.

O regulamento das edições anteriores foi mantido, e dois ex-campeões não foram à América do Norte: Uruguai e Inglaterra.

A 1ª fase não teve surpresas, apenas um destaque negativo: o craque Diego Maradona foi suspenso do Mundial, após ser pego no exame anti-doping. Terminava, de forma melancólica, a participação de "El Pibe" em Copas do Mundo.

Nas oitavas-de-final, destaque para o jogo entre o Brasil e os anfitriões americanos. O Brasil suou, mas venceu por 1x0 e avançou às quartas. A Argentina, abalada pela perda de Maradona, acabou caindo diante da Romênia.

Nas quartas-de-final, em um jogo quente, a Itália, que havia feito péssima 1ª fase e quase foi eliminada, venceu a Espanha por 2x1. Nos pênaltis, a Suécia eliminou a Romênia, enquanto, numa zebra histórica, a Alemanha (agora reunificada) perdeu para a Bulgária por 2x1, de virada, e foi eliminada. O grande jogo dessa fase foi Brasil x Holanda, com gols só no 2º tempo. Aos oito minutos, Romário abriu o placar para o Brasil. Aos 18, Bebeto fez 2x0. Um minuto depois, Dennis Berkamp diminuiu para os holandeses, e Aron Winter empatou aos 31. Mas, cinco minutos mais tarde, Branco acertou uma bela cobrança de falta, fez 3x2 e colocou o Brasil nas semifinais.

Nas semi, o Brasil, com sufoco, venceu a Suécia por 1x0 e garantiu sua volta à final após 24 anos. Do outro lado, a Itália, com dois gols de Roberto Baggio, venceu a Bulgária por 2x1 e também se garantiu na decisão.

Após 24 anos, Brasil e Itália voltavam a decidir uma Copa do Mundo. E, assim como em 1970, quem vencesse se isolaria como o maior campeão da história das Copas. Não faltaram oportunidades de gol na partida disputada no estádio Rose Bowl, em Pasadena, nas cercanias de Los Angeles. Até mesmo o sempre oportunista Romário perdeu gols incríveis. E, pela primeira vez na história, uma final de Copa do Mundo termina em 0x0 e o título mundial seria definido nos pênaltis.

Na 1ª série, os zagueiros Franco Baresi, da Itália, e Márcio Santos, do Brasil, erraram suas cobranças. Na sequência, o italiano Albertini e o brasileiro Romário tiraram o zero do placar. Evani, para a Itália, e Branco, para o Brasil, também converteram suas cobranças. Na 4ª série, Taffarel defendeu a cobrança do italiano Massaro, e Dunga colocou o Brasil em vantagem. A quinta cobrança italiana coube a Roberto Baggio, melhor jogador do mundo na época. O craque da Juventus jogou a bola por cima do gol. Após longos 24 anos de espera, o Brasil pôde, enfim, comemorar seu 4º título mundial. A hegemonia era, de novo, verde e amarela.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Que vença o melhor?

O futebol é um esporte caracterizado pelo fato de que nem sempre vence o melhor. Nas década de 1970 e 1980, duas seleções encantaram o mundo em seus respectivos Mundiais, mas não foram campeãs: a Holanda de 1974 e o Brasil de 1982. Além disso, nesse mesmo período, a Argentina ganhou a Copa do Mundo de 1978 após uma partida suspeita contra o Peru, que teria envolvido até mesmo os líderes ditatoriais de ambos os países. Por outro lado, nesse período, a Copa do Mundo ganhou um novo troféu, para substituir a Taça Jules Rimet, de posse definitiva do Brasil: a Taça FIFA. E, curiosamente, a nova taça era verde e amarela.
Taça FIFA: o troféu do campeão do mundo a partir de 1974

1974 - Alemanha Ocidental

Em 1974, a Copa do Mundo chegou a sua 10ª edição. E o país escolhido para ser a sede foi a Alemanha Ocidental.

O regulamento daquele ano sofreu alterações: os oito classificados da 1ª fase não mais iriam para um mata-mata. Eram novamente divididos em grupos de 4 equipes cada, sendo que o 1º de cada um iria para a final. Havia apenas uma ausência sentida: a Inglaterra.

A 1ª fase não sofreu alterações em relação aos anos anteriores. E colocou frente-a-frente Alemanha Ocidental contra Alemanha Oriental. O jogo foi realizado na última rodada, com os ocidentais já classificados. "Correndo para não chegar", os ocidentais perderam por 1x0, supostamente para passar em 2º e ficar num grupo mais fácil na 2ª fase, enquanto os orientais, em sua única participação em Munidais, enfrentariam o campeão Brasil, a Argentina e a sensação Holanda. Mais uma vez, Itália e Uruguai deram vexame e foram eliminados logo de cara.

A 2ª fase teve em um grupo Brasil, Holanda, Argentina e Alemanha Oriental, e no outro, Alemanha Ocidental, Polônia, Suécia e Iugoslávia. Em um grupo fraco, os anfitriões passaram fácil, com 100% de aproveitamento, e chegam à sua 3ª final de Copa do Mundo. No outro grupo, Brasil e Holanda chegaram à última rodada para decidir a vaga. Ambos haviam vencido seus dois primeiros jogos (a Holanda, inclusive, fez 4x0 na Argentina). Usando a tática do "Carrossel Holandês", focada na alta rotatividade de posições dos jogadores, a Laranja Mecânica, como ficou conhecido aquele time, venceu por 2x0 e se classificou para a sua 1ª final de Copa do Mundo.
A final, disputada no estádio Olímpico de Munique, foi decidia toda no 1º tempo. Logo aos dois minutos, Neeskens, de pênalti, abriu o placar para a Holanda. Aos 25, também de pênalti, Breitner empatou para os alemães. E aos 43, Gerd Müller virou para 2x1. Todo o 2º tempo não foi o suficiente para os holandeses evitarem a glória alemã. Pela 2ª vez na história, a Alemanha Ocidental era campeã do mundo. E, dessa vez, não mais como zebra, mas sim confirmando que está no seleto grupo dos gigantes.

1978 - Argentina

No final da década de 1970, a Copa do Mundo desembarcou na Argentina, em plena ditadura militar (que dominava não só esse país como também grande parte da América Latina). Por isso, o craque holandês Johan Cruijff se recusou a disputar esse Mundial.

Assim como em 1974, as seleções eram divididas em grupos com quatro equipes cada, tanto na 1ª quanto na 2ª fase. Dentre as ausências, dois ex-campeões: Uruguai e Inglaterra.

Após uma 1ª fase sem surpresas, os países foram divididos da seguinte forma na 2ª: o grupo 1 contou com Itália, Áustria e os finalistas de 1974, Alemanha Ocidental e Holanda. A Laranja Mecânica venceu italianos e austríacos e empatou com os alemães, somando 5 pontos e garantindo o 1º lugar e a vaga para a final. Já no grupo 2, ficaram Brasil, Argentina, Peru e Polônia. Brasileiros e argentinos chegaram empatados à última rodada. O Brasil venceu a Polônia por 3x1, resultado que obrigava a Argentina a vencer o Peru por, no mínimo, 4 gols de diferença. Venceu por 6x0 e garantiu o retorno a uma final de Copa do Mundo após 48 anos. Porém muitas polêmicas surgiram à cerca desse jogo. Há quem diga até que houve envolvimento dos ditadores de ambos os países. Houve muita disconfiança também em cima do goleiro do Peru, Quiroga, que era argentino de nascimento e falhou em vários gols. Mas o fato é que, passados mais de 30 anos, nada foi provado até hoje.

A final foi disputada no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Argentina e Holanda tinham um histórico em comum, pois ambas haviam jogado uma final e perdido. Os argentinos perderam a final da 1ª Copa, em 1930, enquanto os holandeses eram os atuais vice-campeões. Dessa vez, um deles daria um passo além.

Quando a bola rolou, demorou para o jogo sair do 0x0. O 1º gol só saiu aos 37 minutos, marcado pelo argentino Mario Kempes. E o segundo tempo também foi na mesma toada, até que a Holanda chegou ao empate também aos 37, com Nanninga. O empate em 1x1 levou a decisão para a prorrogação. Aos 9 minutos da 1ª parte, Mario Kempes marcou seu segundo gol no jogo, o sexto na Copa, isolando-se na artilharia. E, aos 15, Bertoni fez o terceiro. A Holanda teve mais 15 minutos para correr atrás, mas de nada adiantou. A Argentina venceu por 3x1 e conquistou a Copa do Mundo pela 1ª vez na história, colocando seu nome de vez entre os gigantes do mundo da bola.

1982 - Espanha

A Copa do Mundo contou com uma grande mudança no regulamento em 1982. O número de participantes saltou de 16 para 24. Na 1ª fase, as seleções eram divididas em 6 grupos com quatro esquipes cada, classificando-se os dois primeiros para a 2ª fase, onde eram divididos em 4 grupos com três países. O bicampeão Uruguai mais uma vez ficou de fora.

A fase inicial não teve surpresas, mas registrou a maior goleada da história das Copas: Hungria 10x1 El Salvador, pela 1ª rodada. Mas essa acabou sendo a única vitória dos húngaros, que foram eliminados.

Na 2ª fase, como já dito, houveram 4 grupos. No Grupo 1, a Polônia superou a URSS no saldo de gols e garantiu o 1º lugar e a vaga nas semifinais (a Bélgica era o outro país do grupo). No grupo 2, a anfitriã Espanha, que já havia feito uma fraca 1ª fase, com direito a empate contra Honduras e derrota para Irlanda do Norte, decepcionou mais uma vez e terminou em último. A Alemanha Ocidental fez um ponto a mais que a Inglaterra e se garantiu nas semi. O grupo 3 era o mais forte. Na 1ª rodada, a desacreditada Itália, que havia empatado todos os jogos na fase anterior, venceu a atual campeã Argentina por 2x1. Na 2ª rodada, em um jogo obviamente quente, o Brasil venceu a Argentina por 3x1 e, não só eliminou a rival, como também garantiu a vantagem do empate na última rodada.

Na rodada final, Brasil e Itália se enfrentaram no estádio de Sarriá, em Barcelona. A Azzurra abriu o placar já aos 5 minutos, com Paolo Rossi. Aos 12, Sócrates empatou para o Brasil e, aos 25, Paolo Rossi colocou a Itália de novo na frente, 2x1. No 2º tempo, aos 23, Falcão deixou tudo igual novamente, 2x2, resultado que classificava o Brasil para as semifinais. Mas, seis minutos depois, Paolo Rossi, que antes dessa partida ainda não havia marcado nenhum gol na Copa, marcou o seu terceiro no jogo e fez 3x2 para a Itália. O Brasil presionou, chegou perto, mas não conseguiu o gol que precisava para se classificar. A Itália, após fraca 1ª fase, ganhou força e chegou às semifinais, eliminando uma das melhores seleções já montadas pelo Brasil em Mundiais.

No grupo 4, a França passou fácil por Áustria e Irlanda do Norte e se classificou para as semifinais após 24 anos sem chegar entre os quatro primeiros.

Nas semi, a Itália confirmou seu forte crescimento e venceu a Polônia por 2x0, com outra atuação decisiva de Rossi, autor dos dois gols, e se classificou para a final pela 4ª vez. Na outra semifinal, após empate em 3x3, Alemanha Ocidental e França fizeram a 1ª decisão por pênaltis da história das Copas. Os alemães venceram por 5x4 e também se garantiram em sua 4ª final de Copa do Mundo.

A decisão, disputada no estádio Santiago Bernabéu, em Madri, reuniu quatro títulos mundias em campo. Duas seleções acostumadas com finais e, mais do que isso, acostumadas a vencer. Os gols só saíram no 2º tempo. Aos 12, Paolo Rossi mostrou que, assim como sua equipe, cresceu na hora certa e abriu o placar para a Azzurra. Aos 24, Tardelli fez o segundo. Aos 36, Altobelli fez 3x0, deixando a Itália com as duas mãos na taça. Dois minutos depois, Breitner, remanescente do título de 1974, diminuiu para a Alemanha Ocidental, mas já era tarde.

Com a vitória por 3x1, a Itália saiu da fila, voltou a ganhar a Copa do Mundo após incríveis 44 anos de espera e se igualou ao Brasil como o recordistas de títulos mundias, com três taças cada.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A posse definitiva

Segundo a regra, a Taça Jules Rimet era de posse transitória. Ficava com o campeão do mundo até a Copa seguinte, quando essa voltava para a FIFA e o país em questão recebia uma réplica oficial. Mas isso só duraria até algum país acumular três títulos mundiais e passar até a posse definitiva do troféu. Até então, Uruguai e Itália, com dois títulos cada, estavam mais próximos da conquista. Porém, ela não foi nem para um lado, nem para o outro. O dono da Jules Rimet vestia uma camisa amarela.

1962 - Chile

Em 1962, pela 3ª vez na história, a Copa do Mundo foi realizada na América do Sul, com o palco da vez sendo o Chile.

O regulamento foi mantido em relação a quatro anos antes.

A 1ª fase marcou as eliminações da Argentina, pelo segundo mundial seguido, e dos bicampeões Uruguai e Itália, que já haviam dado vexame em 1958, quando sequer passaram das eliminatórias.

Nas quartas-de-final, a surpreendente Iugoslávia eliminou a Alemanha Ocidental, enquanto, em um confronto de favoritos, o Brasil venceu a Inglaterra por 3x1.

Nas semifinais, houve, de um lado, um duelo europeu, entre Iugoslávia e Tchecoslováquia, e do outro, um confronto sul-americano, entre os anfitriões do Chile e os atuais campeões do Brasil. Os tchecoslovacos, que venceram por 1x0, e os brasileiros, que ganharam de 3x1, avançaram à decisão.

A final, disputada no estádio Nacional de Santiago, teve como grande protagonista o brasileiro Garrincha. Campeão em 1958, assumiu a responsabilidade em 1962 após a contusão de Pelé, que só jogou os dois primeiros jogos do torneio. Garrincha não marcou, mas brilhou na virada de 3x1 que garantiu o bicampeonato mundial à Seleção Brasileira.



Garrincha e Pelé

1966 - Inglaterra

No período pré-guerra, a Inglaterra boicotava a Copa do Mundo, pois não concordava com a FIFA sendo a entidade máxima do futebol mundial. Porém, a partir de 1950, os ingleses resolveram mudar de postura e aderiram à competição, ao ponto de tornarem-se sede em 1966. Na 1ª fase, que seguia o mesmo modelo das edições anteriores, várias zebras ocorreram. A maior delas, sem dúvidas, foi a eliminação do atual bicampeão Brasil. Mas os brasileiros não foram só: a também bicampeã Itália mais uma vez não avançou à 2ª fase, assim como o Chile, semifinalista em 1962. Mas surpresas positivas também aconteceram, como a classificação dos estreantes Portugal e Coreia do Norte.

Ambas as seleções se enfrentariam num jogo épico nas quartas-de-final, com os norte-coreanos abrindo 3x0, mas sofrendo a virada para 5x3, com um show de Eusébio, artilheiro daquele Mundial. Ainda nas quartas, a Alemanha Ocidental atropelou o Uruguai, por 4x0, enquanto, num confronto que passaria a ser de grande rivalidade anos mais tarde, os anfitriões ingleses eliminaram a Argentina por 1x0.
Nas semifinais, os dois jogos terminaram em 2x1: para a Inglaterra, contra Portugal, e para a Alemanha Ocidental, contra a União Soviética.


A final, disputada no lendário estádio Wembley, em Londres, o maior templo do futebol mundial, foi emocionante. Aos 12 minutos do 1º tempo, Haller fez 1x0 para os alemães. Aos 18, Hurst empatou para os donos da casa. Na 2ª etapa, aos 33, Peters virou para a Inglaterra, mas a Alemanha Ocidental empatou com Weber, aos 44 minutos do 2º tempo.


Na prorrogação, Hurst marcou um gol polêmico, aos 11 minutos da 1ªa parte. Polêmico porque a bola não entrou, mas o tento foi validado mesmo assim. No último minuto da prorrogação, Hurst fez o seu terceiro gol: 4x2 para a Inglaterra. Os inventores do futebol agora eram também os campeões do mundo!

1970 - México

Pela 1ª vez na história, a Copa do Mundo não foi disputada nem na Europa nem na América do Sul. O palco da vez foi a América do Norte, mais precisamente o México, país de seleção sempre presente nos Mundiais.


O regulamento das edições anteriores foi mantido, mas duas novas regras, hoje essenciais, foram introduzidas no jogo: as substituições de jogadores (duas para cada equipe) e os cartões amarelo e vermelho.


Houve uma ausência sentida: a Argentina, que não conseguiu se classificar à Copa, perdendo sua vaga para o Peru. Na 1ª fase, a única surpresa foi o pífio desempenho da sempre forte Tchecoslováquia, que perdeu todos os seus três jogos. Mas o quem mais marcou foi a Itália, que conseguiu avançar para a 2ª fase pela primeira vez desde o título de 1938. O Uruguai, outro bicampeão que vinha de campanhas fracas, também se classificou.


Nas quartas-de-final, Brasil e Uruguai confirmaram suas respectivas classificações, enquanto a Itália humilhava os anfitriões mexicanos por 4x1 e a Alemanha Ocidental se vingava da Inglaterra, com uma vitória por 3x2, com direito a prorrogação, assim como quatro anos antes.
Às semifinais, chegaram três bicampeões. Como previa a FIFA, o primeiro que conquistasse três títulos passaria a ter a posse definitiva da Taça Jules Rimet. Ou seja, se o campeão fosse Itália, Uruguai ou Brasil, a FIFA teria de criar um novo troféu. Se a Alemanha Ocidental fosse a campeã, essa se igualaria às rivais e levaria a "decisão" para 1974, quando jogaria em casa.

No confronto sul-americano, o Brasil venceu o Uruguai por 3x1 e chegou à final pela terceira vez em 4 edições. Do outro lado, Itália e Alemanha Ocidental fizeram um jogo que é considerado por muitos como o maior da história das Copas. Bosinegna abriu o placar para a Azzurra logo aos 7 minutos de jogo. Mas, no último minuto, a Alemanha chega ao empate, com Schnellinger, forçando uma prorrogação. A partir daí, mais meia hora de bola rolando, que valeu mais que duas partidas inteiras. Aos 5 minutos, Gerd Müller virou para a Alemanha, mas Burgnich empatou 3 minutos depois. Ainda na 1ª parte, Riva fez 3x2 para a Itália. No 2º tempo, ao 10, Gerd Müller marcou seu 10º gol naquela Copa, sendo o artilheiro da competição e empatando novamente. Porém, dois minutos depois, Rivera marca. A Itália vence por 4x3 e, após exaustiva prorrogação, volta a uma final de Copa do Mundo após 32 anos. E vale ressaltar que o craque alemão Franz Beckembauer jogou parte do jogo com uma tipóia, pois havia fraturado a clavícula e a Alemanha Ocidental já havia feito as 2 substituições permitidas na época.


Portanto, a final, no estádio Azteca, na Cidade do México, definira o primeiro tricampeão do mundo e o destino final da Jules Rimet. O Brasil apostava, além do incrível time, formado por Pelé (em sua última Copa), Gérson, Tostão, Jairzinho, Rivellino, etc., no cansaço italiano, após a batalha contra os alemães. Quando a bola rolou, Pelé abriu o placar para o Brasil, mas Bosinegna empatou para a Itália ainda no 1º tempo. Na 2ª etapa, como previsto, a Azzurra começou a sentir o cansaço e a festa brasileira começou a ser armada. Gérson, aos 20, colocou o Brasil de novo na frente, e, cinco minutos depois, Jairzinho, que marcou em todos os jogos dos brasileiros naquela Copa, fez 3x1. Aos 41, o Brasil ainda conseguiu o quarto gol, marcado pelo capitão Carlos Alberto. 4x1, Brasil, o primeiro tricamepão mundial e dono definitivo da Taça Jules Rimet. Pelo menos até 1983, quando foi roubada da sede da CBF. Mas aí já é outra história...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Saem as armas; surge o gigante!

Após três edições, a Copa do Mundo viu sua trajetória interrompida pela 2ª Guerra Mundial. Mas, na década de 1950, a bola voltou a ser protagonista. E foi exatamente aí que começou a despontar de vez o Brasil, aquele se tornaria o maior especialista em Copas do Mundo.

1950 - Brasil

Após a 2ª Guerra Mundial, a Copa do Mundo retornou em 1950,tendo como sede o Brasil.
Esse Mundial foi envolvido por questões políticas. Devido à Grande Guerra, Alemanha e Japão foram proibidos de participar. A bicampeã Itália, porém, não foi punida, por possuir um interesse particular por parte da FIFA.

O regulamento era um caso a parte: aconselhado pelo Brasil, que ainda lembrava 1934, quando atravessou o Atlântico para jogar uma única partida, a 1ª fase foi composta por quatro grupos, sendo dois com 4 países, um com 3 e outro com apenas dois. E o mais importante: pela 1ª e até hoje única vez na história, a Copa do Mundo não teria final. Os campeões de cada grupo se enfrentavam num quadrangular final, no sistema de pontos corridos, para definir o campeão.
E os quatro classificados foram: Brasil, Espanha, Suécia e Uruguai.

Nas duas primeiras rodadas, os anfitriões brasileiros aplicaram dois massacres: 7x1 na Suécia e 6x1 na Espanha, enquanto o Uruguai empatou com a Fúria em 2x2 e venceu os suecos por 3x2.

Com isso, Brasil e Uruguai se enfrentariam na última rodada, no estádio do Maracanã, como os únicos países que ainda tinham chances de título. Por isso que, erroneamente, até hoje dizem que aquela foi a final da Copa, embora o Mundial de 1950 não tenha tido uma final, na verdade. Por ter um ponto a mais, o Brasil jogava pelo empate. E saiu na frente, com um gol de Friaça, no começo do 2º tempo. Porém, 20 minutos depois, Schiaffino empatou para os uruguaios. E, aos 34 minutos, Ghiggia virou para a Celeste. E o jogo fiou nisso: 2x1 para o Uruguai, que, pela 2ª vez na história, conquistava a Copa do Mundo, numa partida que ficou conhecida como "Maracanazzo". Enquanto isso, os jogadores brasileiros iniciavam um martírio que levariam para o resto de suas vidas: o de perder uma Copa do Mundo em casa, e logo um título que estava nas mãos. Como bem disse, meio século mais tarde, em 2000, o goleiro Barbosa, um dos maiores crucificados por aquela derrota, "a pena máxima no Brasil é de 30 anos; mas a dos jogadores daquela Copa já chegou aos 50 sem dó".

1954 - Suíça

A Copa do Mundo realizada no Brasil foi um sucesso tão grande, que a FIFA conseguiu dinheiro suficiente para comprar uma nova sede, na cidade de Zurique, na Suíça, onde permanece até hoje. E a nova "casa" da FIFA foi também o local escolhido para a disputa da 5ª Copa do Mundo. A famosa neutralidade suíça foi argumento utilizado para ambas as escolhas.

O regulamento, em relação ao Mundial anterior, manteve os quatro grupos, mas dessa vez todos com os mesmos quatro países cada. E cada grupo possuía dois cabeças-de-chave, porém, estes não se enfrentavam. Ou seja: cada equipe jogava apenas duas vezes na fase inicial. Mas a maior alteração foi a volta dos mata-matas, pois muitos consideravam inconcebível a possibilidade de o último jogo da Copa não ter o campeão em campo.

O Brasil apresentou como sua maior novidade a estreia em Mundiais da hoje tradicional camisa amarela. A camisa branca, usada até então, havia sido abandonada após a derrota em 1950. Mas o novo uniforme não deu sorte: após se classificar em 1º em seu grupo, o Brasil foi eliminado nas quartas-de-final, ao levar de 4x2 contra a Hungria de Puskas. Nas semifinais, pelo mesmo placar, os húngaros eliminaram o atual campeão Uruguai.

A final, disputada na capital Berna, colocou frente-a-frente Hungria e Alemanha Ocidental. Estava, então, decidido que a Copa do Mundo teria um campeão inédito. As duas equipes já haviam se enfrentado na 1ª fase, e a Hungria aplicou uma sonora goleada por 8x3. E parecia que teria vida fácil novamente na decisão. Logo aos 6 minutos, Puskas fez 1x0. E, dois minutos depois, Czibor ampliou. Porém, aos 10, a Alemanha Ocidental começou a dar sinais de que esse jogo seria diferente, com Morlock diminuindo o placar. E, aos 18, Rahn empatou. A forte chuva anulou a superioridade técnica húngara, deixando ambas as equipes em condições de igualdade. Veio o intervalo e passou-se quase todo o 2º tempo e o 2x2 persistia no placar. Até que, aos 39, Rahn apareceu novamente, fez o seu segundo gol no jogo e virou para os alemães: 3x2. De forma inacreditável, a Alemanha Ocidental era campeã do mundo pela primeira vez na história. Um título tão inacreditável que até virou tema de filme, décadas mais tarde, com um nome que traduz bem o que aconteceu naquele dia: "O milagre de Berna".

Hungria de 1954

1958
- Suécia


A Copa do Mundo de 1958 veio sem dois dos três países com título mundial na bagagem. Uruguai e Itália não conseguiram passar das Eliminatórias, sendo desclassificados por Paraguai e País de Gales, respectivamente. Mas tudo isso passou despercebido, pelo fato de que essa Copa marcou a estreia daquele que é considerado o maior atleta de todos os tempos: Pelé.

Para esse Mundial, foi mantido o regulamento da edição anterior, com a excessão de que agora todos jogavam três vezes na 1ª fase, tornando o regulamento muito parecido com o atual, exceto pelo número de participantes (16 na época contra 32 hoje).

Na 1ª fase, as surpresas foram as eliminações de vice-camepeãs de edições anteriores: Argentina, Tchecoslováquia e Hungria, que não contou com a base de 1954. Além desses, a Inglaterra também não passou da fase inicial.

Após os favoritos vencerem nas quartas-de-final, as semifinais reuniram dois grandes confrontos: de um lado, a França, com Just Fontaine, autor de 13 gols e até hoje o jogador que mais marcou num mesmo Mundial, foi humilhada pelo Brasil, por 5x2; do outro lado, o confronto entre os anfitriões da Suécia e a atual campeã Alemanha Ocidental. E o fator campo prevaleceu: 3x1 para os suecos.

Porém, na final, jogada em Estocolmo, os donos da casa não tiveram chances e sofreram a maior goleada das finais de Copa do Mundo: 5x2 para o Brasil, com shows de Pelé, Garrincha e
Vavá. Essa foi a primeira vez que um país ganhou uma Copa fora de seu continente. E a primeira vez que a bandeira brasileira tremulou no topo do mundo da bola. E não seria a última...

domingo, 30 de maio de 2010

O período pré-guerra

A Copa do Mundo 2010 está chegando. E, para já ir entrando no clima, vou começar hoje uma série de posts contando um pouco dos 18 mundiais já disputados até o momento. Começarei pelos três primeiros, disputados ainda antes da 2ª Guerra Mundial.

1930 - Uruguai

No final da década de 1920, a FIFA decidiu criar um campeonato mundial de seleções. Numa conferência realizada em Barcelona, em 1929, ficou decidido que o torneio seria realizado no Uruguai, maior potência futebolística do mundo na época, atual bicampeão olímpico e que ainda comemorava o centenário de sua independência, completado em 1928.

Aquele Mundial contou com 13 participantes: Uruguai, Brasil, Argentina, Peru, Chile, México, EUA, Bolívia, Paraguai e apenas 4 europeus, que foram Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia.

Essa foi a única Copa do Mundo com apenas uma cidade-sede, que foi a capital Montevidéu.

O Brasil não passou da 1ª fase, e a final colocou frente-a-frente uma das maiores rivalidades do mundo: Uruguai x Argentina.

Disputada no estádio Centenário, inaugurado naquele ano, contou com um episódio curioso: como as duas equipes não concordaram com a bola a ser utilizada, jogariam cada tempo com uma bola. O 1º tempo, jogado com a bola argentina, terminou 2x1 para os donos "de la pelota". No 2º tempo, passou a ser usada a bola uruguaia. E o que aconteceu? Os anfitriões viraram para 4x2 e se tornaram os primeiros campeões mundiais da história.
Taça Jules Rimet: o objeto de desejo da época.

1934
- Itália


Quatro anos depois da sua 1ª edição, a Copa do Mundo estreiou em gramados europeus. E o país escolhido foi a Itália, na época, dominada pelo regime fascista. Foi também a 1ª vez que houve disputa das eliminatórias, que envolveram inclusive a squadra azzurra.

A fase final contou com 16 países jogando mata-matas. E o Brasil foi muito prejudicado por isso, pois atravessou o oceano para jogar uma única partida: perdeu para a Espanha por 3x1 e foi eliminado. O Uruguai não disputou essa Copa, sendo a única vez em que o atual campeão ficou de fora. Os uruguaios reclamavam de um boicote dos europeus em 1930 e, por isso, resolveram também boicotar a Copa na Europa.

A final foi entre Itália x Tchecoslováquia, com os anfitriões vencendo por 2x1, com um gol na prorrogação, e conquistando o primeiro de seus muitos títulos mundiais.

1938 - França

A 2ª Guerra Mundial começou em 1939. E a Copa de 1938, realizada na França, na época, sede da FIFA, já sentiu alguns respingos do que estava por vir. A Áustria, por exemplo, foi impedida de jogar o Mundial, pois fôra anexada pelos nazistas e teve de ceder seus jogadores à Alemanha.

Foi a 1ª vez que o país sede não foi campeão, com a França caindo já nas quartas-de-final, ao perder para a atual campeã Itália por 3x1. O Brasil foi o único representante sul-americano e, ao lado de Cuba, o único país de toda a América na Copa. Foi o primeiro grande mundial da Seleção Brasileira que, após vencer Polônia e Tchecoslováquia, caiu nas semifinais, diante da Azzurra, mas venceu a decisão do 3º lugar, contra a Suécia, por 4x2. E o Diamante Negro Leônidas da Silva foi o artilheiro, com 7 gols - embora há quem diga que marcou 8; mas ele próprio dizia ter feito sete.

Na final, a Itália enfrentou a Hungria, no estádio Olímpico de Colombes, nas cercanias de Paris. Com uma vitória por 4x2, a Azzurra se tornou o primeiro bicampeão mundial da história. Além da Itália, só o Brasil, em 1958 e 1962, ganhou duas Copas seguidas.

domingo, 23 de maio de 2010

Il Campione


Neste sábado, a Internazionale venceu o Bayern de Munique por 2x0, no estádio Santiago Bernabéu, em Madri, e sagrou-se campeã europeia após 45 anos de espera. Desde o bicampeonato de 1964 e 1965 que a squadra nero-azurra não chegava ao topo da Europa. E o pior: nesse meio tempo, teve de ver o rival Milan levantar nada menos que 6 troféus continentais. Mas, agora, isso tudo é passado.

Na fase de grupos, a Inter enfrentou Barcelona, Dinamo de Kiev e Rubin Kasan, da Rússia. Não brilhou. Venceu apenas duas partidas e ficou em 2º lugar, com 9 pontos.

Nas oitavas, veio o grande desafio: iria enfrentar um dos maiores favoritos ao título, o Chelsea. Na partida de ida, no San Siro, vitória por 2x1. O gol sofrido em casa era preocupante, mas a Inter foi a Londres e venceu de novo: 1x0. Nasceu ali a virada que culminaria no final do jejum.

Nas quartas de final, um adversário mais fraco, o CSKA Moscou. E a Inter fez sua obrigação e conseguiu a vaga para as semifinais, mas sem brilho: vitória por 1x0 nas duas partidas.

Na semifinal, outro favorito apareceu no caminho do pentacampeão italiano: o atual campeão de tudo, Barcelona. No jogo de ida, no San Siro, grande vitória por 3x1. Na volta, no Camp Nou, a retranca italiana funcionou e o Barça só conseguiu abrir o placar aos 39 do 2º tempo. E não havia mais tempo: a vitória de 1x0 não era o suficiente para os catalães. E, depois de 38 anos, a Internazionale voltava a uma final de Liga dos Campeões.

A final contra o Bayern já prometia muito, afinal, ambas as equipes vinham animadas por acabarem de vencer tanto suas respectivas ligas quanto as copas nacionais. O Bayern até começou melhor, levando sustos ao goleiro Júlio César, principalmente em chutes de fora da área. Mas, aos poucos, a Inter foi achando espaços para encaixar seu jogo, focado nos contra-ataques. Foi aí que o argentino Diego Milito abriu o placar. No 2º tempo, o Bayern se esforçava para furar a defesa nero-azurra, mas não conseguia. Sentia muito a ausência de Frank Ribery. Assim, tudo caia nos pés de Arjen Robben que, sobre carregado, não conseguia muita coisa. E Milito apareceu mais uma vez para definir o título a favor dos italianos: 2x0. Depois disso, pouca coisa aconteceu. A Inter tinha grande vantagem e o Bayern já não tinha forças para reagir. Já era fato consumado: Internazionale, campeã da UEFA Champions League 2009/2010. Um prêmio para uma equipe que já dominava a Itália e queria estender seus domínios por toda a Europa.

sábado, 22 de maio de 2010

Pela glória máxima




Neste sábado, Bayern de Munique e Internazionale de Milão entram em campo no estádio Santiago Bernabéu, em Madri, em busca da taça da UEFA Champions League, a maior competição interclubes do mundo. O Bayern acaba de conquistar tanto o Campeonato Alemão quanto a Copa da Alemanha. E a Inter fez igual: venceu a Copa da Itália e abocanhou o inédito pentacampeonato italiano. Agora, alemães e italianos querem coroar a temporada com o troféu mais importante de todos.

Ambas as equipes começaram a atual temporada desacreditadas. Se, em setembro de 2009, quando o torneio teve o seu pontapé inicial, alguém dissesse que essa seria a final, pouca gente acreditaria.

O Bayern ficou no mesmo grupo de Juventus, Bordeaux e Maccabi Haifa. Viu a morte de perto, após derrota em casa para os franceses. Porém, uma histórica goleada por 4x1 sobre a Juve, em Turim, marcou a virada dos bávaros na temporada, que, depois disso, eliminaram os "azarões" de Fiorentina e Lyon, além dos favoritos do Manchester United.

A Inter também deu uma má impressão inicial, no empate em casa em 0x0 contra o Barcelona, quando foi taxada como um time covarde, que não teria coragem para enfrentar os grandes de igual para igual. Após ficar em segundo em seu grupo, deu o primeiro cala-boca nos críticos, ao eliminar o favorito Chelsea, nas oitavas de final. Depois, passou por CSKA e voltou a enfrentar o Barça, quando acabou com o sonho dos atuais campeões.

Na partida em Madri, a Inter busca seu 3º título europeu e sair de uma fila de 45 anos, enquanto o Bayern quer seu 5º título, para se igualar ao Liverpool como o terceiro maior vencedor da Champions League (Real Madrid com 9 títulos e Milan, com 7, são os "soberanos").

Bicampeão nas temporadas 1963/1964 e 1964/1965, a Inter voltou às decisões outras duas vezes antes de 2010. Na temporada 1966/1967, enfrentou os escoceses do Celtic, em Lisboa, e perdeu por 2x1. Em 1971/1972, foi derrotada pelo Ajax, em Roterdã, por 2x0. Ou seja, na atual temporada, saiu de um jeum de 38 anos sem chegar à final.

Em contrapartida, o Bayern vendo sendo mais presente. Tricampeão nos anos de 1974, 1975, 1976 (foi a última vez que alguém ganhou três taças seguidas), com uma equipe comandada por Franz Beckembauer e Gerd Müller, o Gigante da Baviera jogou outras quatro finais, antes de 2010. Em 1982, perdeu para o Aston Villa, em Roterdã, por 1x0. Em 1987, foi derrotado pelo Porto, em Viena, por 2x1. Em 1999, nova derrota, dessa vez para o Manchester United, em Barcelona, por 2x1, num jogo que vencia até os 43 minutos do segundo tempo, mas tomou o empate aos 44 e a virada aos 47. Dois anos depois, em 2001, jogou a decisão na casa do seu adversário deste sábado, no San Siro, em Milão. Empate em 1x1 contra o Valencia, com Oliver Kahn garantindo, nos pênaltis, o quarto título do clube alemão.

Agora, mais um novo capítulo se escreve. De um lado, Arjen Robben, Van Bommel, Mario Gomez e Tommas Müller. Do outro, Júlio César, Sneijder, Eto'o e Diego Milito. Bayern de Munique ou Internazionale, quem será o dono da Europa na temporada 2009/2010? Façam suas apostas!