segunda-feira, 31 de maio de 2010

Saem as armas; surge o gigante!

Após três edições, a Copa do Mundo viu sua trajetória interrompida pela 2ª Guerra Mundial. Mas, na década de 1950, a bola voltou a ser protagonista. E foi exatamente aí que começou a despontar de vez o Brasil, aquele se tornaria o maior especialista em Copas do Mundo.

1950 - Brasil

Após a 2ª Guerra Mundial, a Copa do Mundo retornou em 1950,tendo como sede o Brasil.
Esse Mundial foi envolvido por questões políticas. Devido à Grande Guerra, Alemanha e Japão foram proibidos de participar. A bicampeã Itália, porém, não foi punida, por possuir um interesse particular por parte da FIFA.

O regulamento era um caso a parte: aconselhado pelo Brasil, que ainda lembrava 1934, quando atravessou o Atlântico para jogar uma única partida, a 1ª fase foi composta por quatro grupos, sendo dois com 4 países, um com 3 e outro com apenas dois. E o mais importante: pela 1ª e até hoje única vez na história, a Copa do Mundo não teria final. Os campeões de cada grupo se enfrentavam num quadrangular final, no sistema de pontos corridos, para definir o campeão.
E os quatro classificados foram: Brasil, Espanha, Suécia e Uruguai.

Nas duas primeiras rodadas, os anfitriões brasileiros aplicaram dois massacres: 7x1 na Suécia e 6x1 na Espanha, enquanto o Uruguai empatou com a Fúria em 2x2 e venceu os suecos por 3x2.

Com isso, Brasil e Uruguai se enfrentariam na última rodada, no estádio do Maracanã, como os únicos países que ainda tinham chances de título. Por isso que, erroneamente, até hoje dizem que aquela foi a final da Copa, embora o Mundial de 1950 não tenha tido uma final, na verdade. Por ter um ponto a mais, o Brasil jogava pelo empate. E saiu na frente, com um gol de Friaça, no começo do 2º tempo. Porém, 20 minutos depois, Schiaffino empatou para os uruguaios. E, aos 34 minutos, Ghiggia virou para a Celeste. E o jogo fiou nisso: 2x1 para o Uruguai, que, pela 2ª vez na história, conquistava a Copa do Mundo, numa partida que ficou conhecida como "Maracanazzo". Enquanto isso, os jogadores brasileiros iniciavam um martírio que levariam para o resto de suas vidas: o de perder uma Copa do Mundo em casa, e logo um título que estava nas mãos. Como bem disse, meio século mais tarde, em 2000, o goleiro Barbosa, um dos maiores crucificados por aquela derrota, "a pena máxima no Brasil é de 30 anos; mas a dos jogadores daquela Copa já chegou aos 50 sem dó".

1954 - Suíça

A Copa do Mundo realizada no Brasil foi um sucesso tão grande, que a FIFA conseguiu dinheiro suficiente para comprar uma nova sede, na cidade de Zurique, na Suíça, onde permanece até hoje. E a nova "casa" da FIFA foi também o local escolhido para a disputa da 5ª Copa do Mundo. A famosa neutralidade suíça foi argumento utilizado para ambas as escolhas.

O regulamento, em relação ao Mundial anterior, manteve os quatro grupos, mas dessa vez todos com os mesmos quatro países cada. E cada grupo possuía dois cabeças-de-chave, porém, estes não se enfrentavam. Ou seja: cada equipe jogava apenas duas vezes na fase inicial. Mas a maior alteração foi a volta dos mata-matas, pois muitos consideravam inconcebível a possibilidade de o último jogo da Copa não ter o campeão em campo.

O Brasil apresentou como sua maior novidade a estreia em Mundiais da hoje tradicional camisa amarela. A camisa branca, usada até então, havia sido abandonada após a derrota em 1950. Mas o novo uniforme não deu sorte: após se classificar em 1º em seu grupo, o Brasil foi eliminado nas quartas-de-final, ao levar de 4x2 contra a Hungria de Puskas. Nas semifinais, pelo mesmo placar, os húngaros eliminaram o atual campeão Uruguai.

A final, disputada na capital Berna, colocou frente-a-frente Hungria e Alemanha Ocidental. Estava, então, decidido que a Copa do Mundo teria um campeão inédito. As duas equipes já haviam se enfrentado na 1ª fase, e a Hungria aplicou uma sonora goleada por 8x3. E parecia que teria vida fácil novamente na decisão. Logo aos 6 minutos, Puskas fez 1x0. E, dois minutos depois, Czibor ampliou. Porém, aos 10, a Alemanha Ocidental começou a dar sinais de que esse jogo seria diferente, com Morlock diminuindo o placar. E, aos 18, Rahn empatou. A forte chuva anulou a superioridade técnica húngara, deixando ambas as equipes em condições de igualdade. Veio o intervalo e passou-se quase todo o 2º tempo e o 2x2 persistia no placar. Até que, aos 39, Rahn apareceu novamente, fez o seu segundo gol no jogo e virou para os alemães: 3x2. De forma inacreditável, a Alemanha Ocidental era campeã do mundo pela primeira vez na história. Um título tão inacreditável que até virou tema de filme, décadas mais tarde, com um nome que traduz bem o que aconteceu naquele dia: "O milagre de Berna".

Hungria de 1954

1958
- Suécia


A Copa do Mundo de 1958 veio sem dois dos três países com título mundial na bagagem. Uruguai e Itália não conseguiram passar das Eliminatórias, sendo desclassificados por Paraguai e País de Gales, respectivamente. Mas tudo isso passou despercebido, pelo fato de que essa Copa marcou a estreia daquele que é considerado o maior atleta de todos os tempos: Pelé.

Para esse Mundial, foi mantido o regulamento da edição anterior, com a excessão de que agora todos jogavam três vezes na 1ª fase, tornando o regulamento muito parecido com o atual, exceto pelo número de participantes (16 na época contra 32 hoje).

Na 1ª fase, as surpresas foram as eliminações de vice-camepeãs de edições anteriores: Argentina, Tchecoslováquia e Hungria, que não contou com a base de 1954. Além desses, a Inglaterra também não passou da fase inicial.

Após os favoritos vencerem nas quartas-de-final, as semifinais reuniram dois grandes confrontos: de um lado, a França, com Just Fontaine, autor de 13 gols e até hoje o jogador que mais marcou num mesmo Mundial, foi humilhada pelo Brasil, por 5x2; do outro lado, o confronto entre os anfitriões da Suécia e a atual campeã Alemanha Ocidental. E o fator campo prevaleceu: 3x1 para os suecos.

Porém, na final, jogada em Estocolmo, os donos da casa não tiveram chances e sofreram a maior goleada das finais de Copa do Mundo: 5x2 para o Brasil, com shows de Pelé, Garrincha e
Vavá. Essa foi a primeira vez que um país ganhou uma Copa fora de seu continente. E a primeira vez que a bandeira brasileira tremulou no topo do mundo da bola. E não seria a última...

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