quarta-feira, 30 de junho de 2010

Abre o olho!


As oitavas-de-final não foram marcadas pelos grandes confrontos, tampouco por grandes atuações individuais. O assunto monotemático foram os gritantes erros de arbitragem. No aguardado duelo entre Alemanha x Inglaterra, os germânicos abriram 2x0, mas os ingleses diminuiram, com o zagueiro Upson. Dois minutos depois, Lampard bate de fora da área. Abola cai meio metro dentro do gol, mas o tento, que daria o empate aos ingleses, não foi validado. No 2º tempo, o English Team se jogou todo no ataque, e a Alemanha se aproveitou dos espaços deixados, marcou dois gols e se garantiu nas quartas.

No mesmo dia, Argentina e México se enfrentaram, no Soccer City. Após chute de fora da área, a bola bate em Carlos Tevez, que não tinha nenhum defensor entre ele e a linha de fundo, e entra no gol. Impedimento claro? Não para a arbitragem, que validou o gol argentino, 1x0. Poucos minutos depois, a equipe de Maradona fez o segundo e ficou com a prtida na mão- venceria por 3x1.

Nos outros confrontos, o Brasil passou fácil pelo Chile, 3x0, enquanto o Uruguai, em um jogo bastante disputado, venceu a Coreia do Sul por 2x1 e também se garantiu nas quartas-de-final. Em um dos principais confrontos, a Espanha, com gol de David Villa, impedido, venceu Portugal por 1x0. O Paraguai eliminou o Japão, a Holanda colocou um ponto final na grande campanha de estreia da Eslováquia, e Gana venceu os EUA na prorrogação, garantindo o continente anfitrião entre os oito.

Agora, teremos confrontos históricos se repetindo nas quartas-se-final. Brasil e Holanda se enfrentam, após a Laranja ter eliminado os brasileiros em 1974, mas ter levado o troco em 1994 e 1998. Alemanha e Argentina, final das Copas de 1986 e 1990, repetem o duelo que ocorreu na mesma fase de quartas-de-final em 2006. O Paraguai, pela primeira vez nas quartas, enfrenta a favorita Espanha, enquanto Uruguai e Gana brigam para ver quem será o semifinalista mais surpreendente de 2010.

A Copa do Mundo vai se afunilando. Mas é preciso uma melhora por parte da arbitragem. Ela não pode, sob hipótese alguma, chamar mais atenção que os jogadores, que as equipes, que as torcidas. Ainda é tempo para evitar que as arbitragens manchem de vez o Mundial da África do Sul.

sábado, 26 de junho de 2010

Agora é matar ou morrer. Agora?


Chega ao fim a fase de grupos da Copa do Mundo 2010. Mas parece que já estávamos nos mata-matas. Pela primeira vez na história, um Mundial não tem nenhum de seus dois finalistas de sua edição anterior na 2ª fase, resultado de campanhas vergonhosas de Itália e França. Os Bléus conseguiram ser mais vergonhosos fora do que dentro de campo. Após ofender o técinco Raymond Domenech durante o intervalo da partida contra o México, pela 2ª rodada, o atacante Nicolas Anelka ganhou a passagem de volta a Paris, gerando até boicote dos jogadores a um treino. E o clima lastimável não poderia culminar em outra coisa: derrota por 2x1 para a África do Sul e a eliminação na Copa do Mundo. Uma Copa que os franceses querem esquecer que existiu. Os sul-africanos, porém, não conseguiram evitar entrar para a história de uma forma negativa: pela 1ª vez, o país-sede é eliminado já na primeira fase.

Já a Azzurra não teve melancolia extra-campo. Deixou tudo para dentro das quatro linhas, mesmo. Os atuais campeões foram derrotados por 3x2 pela Eslováquia e terminaram em último lugar, sem vencer uma única partida. Foi a pior campanha da Itália na história dos Mundiais.

Já a Inglaterra conseguiu escapar por pouco de um destino semelhante. Não brilhou, mas venceu a Eslovênia por 1x0 e se garantiu nas oitavas. Quando essa partida terminou, ambas as equipes estavam classificadas. Porém, o jogo entre EUA x Argélia ainda não havia acabado. E, aos 45 do 2º tempo, Landon Donovan marcou 1x0, colocando os norte-americanos na segunda fase. Os eslovenos, que já comemoravam, ficaram perplexos diante da inacreditável eliminação.

Nos outros grupos, nada demais. Argentina, Alemanha, Holanda e Espanha confirmaram o primeiro lugar em seus respectivos grupos. No grupo G, Brasil e Portugal não saíram do 0x0, e os sul-americanos se garantiram em primeiro.

A África vai para as oitavas com apenas um representante, Gana, que perdeu para a Alemanha, mas assegurou-se no 2º lugar, graças a derrota da Sérvia diante da Austrália. A Nigéria, que tinha chances, empatou com a Coreia do Sul e foi eliminada. Os coreanos representarão a Ásia, assim como o Japão. Mas o grande destaque foi a América do Sul, que classificou todos os seus cinco representantes.

Agora são os mata-matas, com confrontos do nível de Alemanha x Inglaterra e Espanha x Portugal. Emoção não faltará.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Começam as definições e preocupações


Caros amigos, chegamos ao final da 2ª rodada da Copa do Mundo 2010, na África do Sul. Rodada essa que trouxe algumas definições e já colocou a corda em alguns pescoços.

No grupo A, a mística da camisa celeste voltou a prevalecer depois de muito tempo, e o Uruguai goleou os anfitriões por 3x0. Caía, assim, um jejum de 20 anos sem vitórias uruguaias em Mundiais, enquanto os sul-africanos praticamente deram adeus à Copa. Por falar em adeus, a França confirmou as más previsões pré-Copa do Mundo, perdeu por 2x0 para o México, e está muito perto de ser eliminada na 1ª fase pela segunda vez em três Mundias.

Mas os franceses podem não ser os únicos a dar vexame. A atual campeã Itália conseguiu a façanha de empatar com a fraquíssima Nova Zelândia, país onde o futebol ainda é apenas semi-profissional, por 1x1, e agora se vê em maus lençois. O mesmo pode-se dizer da Inglaterra, que com uma atuação sofrível, não conseguiu sair do 0x0 contra a também fraquíssima Argélia. De uma só vez, poderemos ter três forças deixando a África do Sul muito antes do previsto.

Mas também houve quem fez o caminho oposto. Após vitórias sem brilho na 1ª rodada, Brasil e Argentina venceram e convenceram. Os brasileiros, inclusive, já estão matematicamente garantidos nas oitavas de final. Quem também garantiu sua vaga foi a Holanda, com uma vitória por 1x0 sobre o Japão. Portugal, que havia ficado no 0x0 contra a Costa do Marfim, na 1ª rodada, desencantou para cima da pobre Coreia do Norte: 7x0, com direito a gol de Cristiano Ronaldo, o que não ocorria pela seleção há tempos. A Espanha se reabilitou e venceu Honduras, por 2x0. Tendo em vista os vexames de ingleses e italianos, só o fato de não ter ido pelo mesmo caminho já é um alento à Fúria.

A grande zebra da rodada foi a Alemanha, que, após grande estreia, foi derrotada pela Sérvia, por 1x0. Os germânicos sentiram a expulsão de Miroslav Klose e não tiveram forças para concluir em gol as oportunidades criadas. Agora, têm de vencer Gana, na última rodada, para se garantir sem depender de resultados alheios.

Gana, aliás, tornou-se a grande esperança dos africanos, pois é líder de seu grupo e depende apenas das próprias forças. Camarões já está eliminado, a África do Sul está em estado terminal e Costa do do Marfim depende de um milagre para continuar na Copa. A Nigéria, no entanto, ainda tem boas chances, pois só precisa vencer a Coreia do Sul e torcer para que a Grécia não derrote a Argentina. Tudo perfeitamente possível.

Agora é esfregar as mãos e aguardar pela derradeira rodada da Copa do Mundo. O paraíso de uns está próximo, e o inferno de outros já está flamenjando.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Abrem-se as cortinas!


Eis que começa a Copa do Mundo 2010. Concluída a 1ª rodada, algumas apostas já começam a ser feitas. Há quem diga que a Espanha, ao perder para a Suíça, por 1x0, demonstrou que mais uma vez chegará como favorita e morrerá na praia. Tudo muito precipitado. Já era sabido que os suíços abusariam da retranca. Vale lembrar que o ferrolho suíço caiu em 2006 sem sofrer um gol sequer ao longo de todo o Mundial. A Fúria desperdiçou chances, deu sopa para o azar e foi castigada com a derrota na estreia. Mas isso, nem de longe, significa que pipocará novamente. Ao meu ver, continua tão favorita quanto antes.

Quem apresentou o melhor futebol foi a Alemanha. O futebol de resultados de outrora foi deixado de lado, e uma equipe leve e envolvente passou fácil pela Austrália, por 4x0. O time da terra dos cangurus, por sua vez, não foram nem sombra da equipe que fez boa campanha há quatro anos, deixando transparecer que não repetirá a dose na África.

Dos outros favoritos, a França continua sua sina de estreiar mal em Copas do Mundo, com um 0x0 sem graça contra o Uruguai. O empate da Itália diante do Paraguai não pode ser visto como desastre, assim como o 1x1 da Inglaterra contra os EUA. Desastrosa é a situação dos goleiros ingleses. O frango incrível de Green só dá continuidade a outros desastres, que já chegaram a tirar da Inglaterra até uma vaga na Eurocopa. É um problema que parece estar longe de ter um fim, ainda mais quando vemos que os principais clubes da Terra da Rainha não possuem goleiros ingleses nem mesmo no banco. Tanto é que o titular da Inglaterra na Copa, o próprio Green, joga no West Ham, que quase foi rebaixado nesta temporada. Seu reserva imediato, James, joga no Portsmouth, que termionou a Premier League em último lugar. Concluindo o grupo dos favoritos, vale ressaltar a boa vitória da Holanda, por 2x0, diante da Dinamarca, e as vitórias "para o gasto" de Brasil e Argentina.

Menção honrosa para o choro do norte-coreano Jong Tae-Se, o "Rooney Asiático", durante o hino de seu país, antes do jogo contra o Brasil, que emocionou o mundo. Sim, ainda há espaço para nacionalismo em meio a tanto dinheiro e interesses à cerca de uma Copa do Mundo!

A anfitriã África do Sul merecia melhor sorte contra o México. Ficou no empate, e agora vai para cima da incógnita uruguaia e da poderosa, mas não menos duvidosa, França, para ver se consegue avançar às 8as de final pela 1ª vez na história, ou se torna-se o primeiro anfitrião a cair já na fase inicial.

E esse é só o começo, pois ainda temos um mundo, uma Copa do Mundo inteira pela frente.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dois gigantes e um novo campeão

Chega a virada do século, que é marcada por dois grandes craques: Ronaldo e Zidane. Os gigantes Brasil e Itália acrescentam mais um título em suas respectivas coleções, enquanto a França se torna um novo membro do seleto grupo dos campeões do mundo.

1998- França

Eis que chegam ao fim o século XX e o 2º milênio. E ambos foram fechados com chave de ouro pela Copa do Mundo de 1998. Pela segunda vez na história, a França sediou o torneio. Mas, ao contrário de 60 anos antes, não era mais uma seleção qualquer, pois já havia feito grandes Mundiais em 1958, 1982 e 1986, quando chegou às semifinais, e, principalmente, conquistou um título da Eurocopa, em 1984. O lado negativo dos anfitriões é que haviam ficado de fora das Copas de 1990 e 1994, resultado claro do fim da "Era Platini". Porém, surgiam novos valores, como Djorkaeff, Henry e, sobretudo, Zidane, que queriam levar a França de volta ao primeiro escalão.

O regulamento mudou. O número de participantes saltou de 24 para 32, e agora só se classificavam os dois primeiros de cada grupo. As principais ausências foram o bicampeão Uruguai e a Suécia, semifinalista em 1994.

Na 1ª fase, a grande zebra foi a eliminação da Espanha, que foi a França confiante, mas perdeu para a Nigéria e empatou com o Paraguai. Nem mesmo a goleada sobre a Bulgária na última rodada por 6x1, a maior daquela Copa, serviu para salvar a vida do espanhois.

Já nas oitavas-de-final, um grande jogo: Argentina x Inglaterra. Logo aos 5 minutos de jogo, o árbitro marca um pênalti inexistente a favor da Argentina. O matador Gabriel Batistuta, maior artilheiro da história da seleção "albi-celeste", cobra e abre o placar: 1x0. Quatro minutos depois, outro pênalti, dessa vez para a Inglaterra. Alan Shearer bate e empata. Aos 16, o garoto Michael Owen, de apenas 18 anos, faz jogada espetacular e vira o jogo para os ingleses: 2x1. Nos acréscimos da 1ª etapa, após cobrança de falta ensaiada, Javier Zanetti deixa tudo igual novamente. No 2º tempo, após ser provocado por Diego Simeone, David Beckham, considerado o maior jogador inglês, agride o adversário e é expulso. O jogo termina nos 2x2 e acaba sendo decidido nos pênaltis. Carlos Roa defende duas cobranças inglesas e coloca a Argentina nas quartas-de-final. Nos outros confrontos, O Brasil passa fácil pelo Chile, a França sofre, mas vence o Paraguai e Alemanha, Itália e Holanda também se garantem nas quartas.

Nas quartas-de-final, os anfitriões franceses, que, até o momento, tinham 100% de aproveitamento, têm um verdadeiro teste de fogo: a Itália. O jogo foi bom, com boas chances de gols para ambos os lados, principalmente para os franceses. Mas o zero não saiu do placar e a decisão foi para os pênaltis, vencidos pela França, por 4x3. Pelo 3º vez Mundial seguido, a Itália caía nas penalidades. Brasil e Dinamarca fizeram um jogaço. Jorgensen abre o placar para os dinamarqueses logo aos dois minutos. Aos 11, Bebeto empata e Rivaldo vira aos 27. No 2º tempo, Brian Laudrup, aos 5 minutos, empata para a Dinamarca, mas Rivaldo, dez minutos depois, faz o gol da vitória e da classificação brasileira: 3x2. Argentina e Holanda também fazem um grande jogo. Aos 12, a Laranja Mecânica abre o placar, com Kluivert. Cinco minutos mais tarde, Claudio Lopez empata para a Argentina. Quando todos já se preparavam para a prorrogação, Dennis Bergkamp, aos 44 minutos do segundo tempo, faz 2x1 para a Holanda e garante os europeus na semifinal. A Alemanha, assim como em 1994, deu vexame nas quartas. Foi humilhada pela estreante Croácia por 3x0 e disse adeus ao sonho de conquistar o tetra ainda no século XX.

Nas semifinais, a França espantou a zebra croata com uma vitória por 2x1, de virada, e se garantiu na final pela 1ª vez na história. Na outra partida, Brasil e Holanda fizeram mais um grande jogo. Após um 1º tempo sem gols, Ronaldo abriu o placar para o Brasil já no primeiro minuto da etapa final. Os brasileiros já começavam a comemorar a classificação quando, aos 42, Patrick Kluivert empata o jogo e leva para a prorrogação. Como normalmente acontecia nas prorrogações com gol de ouro, ninguém ousou, pois sofrer um gol seria o fim da Copa. E vieram os pênaltis. Taffarel defende duas cobranças e classifica o Brasil para a final.

O palco da decisão foi o novíssimo Stade de France, em Saint-Denis, nas cercanias de Paris. Antes da bola rolar, muita polêmica, sobre um suposto veto médico ao brasileiro Ronaldo. Porém, ele foi para jogo. Aos 27 minutos, após cobrança de escanteio, Zidane marcou de cabeça: 1x0 para a França. Nos acréscimos, o filme se repetiu: escanteio para a França e Zidane, de cabeça, manda parra o fundo das redes. Com 2x0 contra, o Brasil foi com tudo para o segundo tempo. Porém, a pressa rapidamente converteu-se em desespero, e a equipe brasileira nada conseguia produzir. No final do jogo, Emannuel Petit fechou o caixão: França 3x0. Pela 1ª vez na história, os franceses eram campeões da Copa do Mundo. E o século XX pode chegar ao fim com um dos Mundiais mais fantásticos de todos os tempos.


Zinedine Zidane: o craque da virada do século


2002 - Coreia do Sul e Japão

O 1º Mundial do século XXI e do 3º milênio já chegou com uma grande novidade: pela primeira vez, dois países sediariam a Copa do Mundo ao mesmo tempo, Japão e Coreia do Sul, o que significaria também o primeiro Mundial jogado na Ásia.

O regulamento de 1998 foi mantido integralmente. Após dois Mundiais seguidos de fora, o Uruguai voltou a marcar presença, mas já caiu na 1ª fase sem vencer nenhuma partida. A Holanda, após grandes participações, ficou de fora.

A primeira fase foi zebra total. A própria abertura, em Seul, foi histórica, com a França, atual campeã do mundo e da Europa e favorita disparada, perdendo para o estreante e inexpressivo Senegal, por 1x0. A França ainda ficaria no 0x0 com o Uruguai e levaria 3x0 da Dinamarca e sairia da Copa com a pior campanha de um atual campeão em todos os tempos, sem marcar sequer um gol. Outro favorito que caiu foi a Argentina. Dona de um grande time e grande campanha nas eliminatórias sul-americanas, caiu em um grupo dificílimo. Ganhou da Nigéria, perdeu para a Inglaterra e empatou com a Suécia. Fez 4 pontos, ficou em 3º e foi eliminada. Portugal, que voltava após 16 anos de ausência com grande expectativa, muito por causa do astro Luís Figo, também decepcionou. Mesmo em grupo fraco, com Coreia do Sul, Estados Unidos e a decadente Polônia, fez apenas 3 pontos e acabou eliminado. A Itália por pouco não foi pelo mesmo caminho, mas se classificou.

Nas oitavas-de-final, outra zebrassa, mas com forte influência da arbitragem. A Itália vencia a Coreia do Sul, em Seul, por 1x0 quando, no último minuto, o árbitro ignorou um pênalti sobre o italiano Inzaghi. No contra-ataque, os coreanos empataram o jogo e levaram para prorrogação, onde Seol marcou o gol da histórica classificação para as semifinais. Curiosamente, foi mandado embora de seu clube, o Perugia, da Itália, por causa desse gol. Nos outros jogos, Brasil e Alemanha venceram, a Inglaterra deu show, o co-anfitrião Japão foi eliminado pela Turquia e Senegal surpreendeu mais uma vez, ao vencer a Suécia na prorrogação e chegar às quartas-de-final, se igualando à Camarões de 1990.

Nas quartas, a Alemanha venceu o EUA por 1x0 e chegou às semi. A zebra Senegal foi eliminada na prorrogação, contra a Turquia. Espanha x Coreia do Sul foi polêmico ao extremo: após um gol do espanhol Baraja ser anulado inexplicavelmente, ainda no 1º tempo, o jogo fica no 0x0 e vai para a prorrogação, onde a Espanha tem outro gol mal anulado. Nos pênaltis, a Coreia vence por 5x3 e se torna o primeiro país asiático a chegar às semifinais. O grande jogo foi Brasil x Inglaterra. Após uma lambança do zagueiro brasileiro Lúcio, Owen abre o placar para o English Team. No final do 1º tempo, surge Ronaldinho. O gaúcho fez boa jogada e passou para Rivaldo empatar, já nos acréscimos do 1º tempo. No 2º, Ronaldinho cobra uma falta de longe, tentando cruzar. Mas a bola faz uma curva, engana o goleiro David Seaman e entra. Como se não bastasse, o brasileiro ainda é expulso, mas o Brasil segura os 2x1 e se garante nas semifinais.

Nas semi, as zebras resolvem ir embora e a lógica prevalece, com o Brasil vencendo a Turquia e a Alemanha derrotando a Coreia do Sul, ambos por 1x0.

Pela primeira vez em Copas, Brasil e Alemanha se enfrentariam, e logo numa final. O palco foi o estádio Internacional de Yokohama, no Japão. O 1º tempo foi bom, mas não teve gols. No 2º, o goleiro Oliver Kahn, o melhor jogador da Copa, comete uma falha incrível, bate roupa e entrega a bola nos pés de Ronaldo, que não perdoa: Brasil 1x0. A Alemanha vai para cima, mas a noite no Japão era verde e amarela. Após jogada de Kléberson, Rivaldo faz o corta-luz e a bola sobra para Ronaldo, que, letal, marcou seu segundo gol no jogo, oitavo na Copa. 2x0 para o Brasil, campeão mundial pela 5ª vez., começando o século XXI repetindo o que mais fez no século XX.

2006 - Alemanha

Pela 2ª vez na história, a Alemanha foi sede da Copa do Mundo. Ou primeira, pois quem sediou em 1974 foi apenas a Alemanha Ocidental. Inclusive, uma das sedes de 2006, Leipzig, fazia parte da antiga Alemanha Oriental.

O regulamento permaneceu igual, pela 3ª edição seguida. O Uruguai mais uma vez ficou de fora, assim como Turquia e Senegal, surpresas de 2002.

Se em 2002 sobraram zebras na 1ª fase, elas sumiram em 2006. Nas oitavas-de-final, Alemanha, Brasil, Itália e Inglaterra venceram e se classificaram. A Argentina suou, mas venceu o México na prorrogação. Em um jogo que registrou incríveis 20 cartões, sendo 16 amarelos e quatro vermelhos, recorde em Copas do Mundo, Portugal venceu a Holanda por 1x0. A Suíça perdeu para a Ucrânia nos pênaltis e se tornou o primeiro país a ser eliminado sem levar nenhum gol ao longo do torneio. No principal jogo, a França, que fez fraca primeira fase, venceu a Espanha, que tinha 100% de aproveitamento, por 3x1 e ressussitou.

Nas quartas, Argentina e Alemanha fizeram um grande jogo. Os argentinos abriram o placar no começo do 2º tempo, com Roberto Ayala. E os alemães empataram aos 35, com Miroslav Klose. Nos pênaltis, a Alemanha se garantiu em sua segunda semifinal seguida. No mesmo dia, a Itália venceu fácil a Ucrânia, por 3x0. Estava formada a 1ª semifinal. No dia seguinte, Inglaterra e Portugal ficaram no 1x1. Nos pênaltis, os ingleses deram uma aula de como não se deve cobrar penalidades e caíram, por 3x1. Logo depois, o Brasil, favorito disparado ao título, perdeu para a França, por 1x0. Após 3 finais seguidas, os brasileiros não chegavam sequer entre os quatro melhores.

Na semifinal, as tricampeãs Alemanha e Itália se enfrentaram em Dortmund. O jogo foi bom, mas os gols não saíram. Na prorrogação, as duas equipes respeitavam-se, mas sem abdicar de jogar. Até que, no penúltimo minuto do 2º tempo, Fabio Grosso faz 1x0 para a Itália. Os anfitriões vão com tudo em busca do empate. No desespero, deixam espaço para a Azzurra encaixar um contra-ataque e Alessandro Del Piero matou o jogo: 2x0, Itália na final. A outra partida foi menos emocionante, com a França vencendo Portugal por 1x0.

O estádio Olímpico de Berlim recebeu a decisão entre Itália e França. Logo aos 5 minutos, pênalti para a França. Zidane, com uma frieza incrível, bate com efeito e marca: 1x0. Aos 17, Materazzi empata. Mas não foi pelos gols que Zidane e Materazzi ficaram marcados nesse jogo. A partida terminou 1x1 e foi para a prorrogação. Nos 30 minutos, só aconteceu uma coisa importante, mas que entrou para a história: após ser provocado por Materazzi, Zidane acerta uma cabeçada no zagueiro italiano e é expulso. Essa era a última partida como profissional de Zizou, que já havia anunciado que encerraria a carreira após a Coa. Um triste fim para uma trajetória brilhante. E, pela segunda vez na história, a Copa do Mundo seria decidida nos pênatis. Curiosamente, as duas teve a Itália em campo. Graças a uma cobrança no travessão de David Trezeguet, a Azzurra encerrou um longo jejum de 24 anos e conquistou a Copa do Mundo pela quarta vez. E, de quebra, encerrou a maldição dos pênatis, que a derrubou em 1990, 1994 e1998 .

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A era Maradona

Diego Armando Maradona foi um dos maiores jogadores da história - para muitos, o maior de todos. Na campanha vitoriosa da Argentina em 1978, apesar de todo o apelo popular, não foi convocado. Em 1982, foi, mas não brilhou. Porém, os três Mundiais relatados neste post foram os que ele mais apareceu. Em 1986, fez, provavelmente, a maior atuação de um jogador ao longo de uma Copa do Mundo. Em 1990, jogou no palco onde se destacou na Europa e levou seu país a mais uma decisão. Em 1994, sua última Copa, mostrou seu outro lado, nada glorioso, ao ser suspenso por doping.

1986 - México

Sede: esse sem dúvidas foi o grande problema desse Mundial. A princípio, a Copa do Mundo de 1986 seria disputada na Colômbia. Porém, devido à forte crise financeira que o país atravessava, acabou desistindo do Mundial. A FIFA chegou a oferecer a sede ao Brasil, que não aceitou, pois também atravessava forte crise. Então, o México se ofereceu para receber a Copa e foi aceito. Porém, meses antes do início da competição, o país foi atingido por um forte terremoto, que ameaçou a realização do Mundial. No entanto, os mexicanos conseguiram se reerguer e mantiveram a Copa em seu país. E o México se tornava o 1º país a sediar duas Copas do Mundo.

O regulamento, em relação a 1982, manteve os 24 participantes. Porém, o número de classificados para a 2ª fase, jogada no sistema de mata-mata, subiu para 16 (os dois primeiros de cada um dos seis grupos, mais os quatro melhores terceiros colocados). Como sempre, houve uma ausência sentida, que dessa vez foi a Holanda.

Após uma 1ª fase que teve como única surpresa o Marrocos se classificando em 1º lugar num grupo que tinha Inglaterra, Polônia e Portugal (que voltava à Copa após 20 anos, mas não passou na fase inicial), as oitavas-de-final teve confrontos importantes, como a vitória da Argentina sobre o Uruguai por 1x0, a queda da atual campeã Itália frente à França por 2x0 e o massacre da Espanha contra a Dinamarca, sensação da 1ª fase, por 5x1, além de goleadas do Brasil, contra a Polônia (4x0) e da Inglaterra, frente ao Paraguai (3x0).

Nas quartas-de-final, três confrontos foram definidos nos pênaltis: após empate em 1x1 no tempo normal, a Bélgica venceu a Espanha por 5x4 e chegou às semifinais pela 1ª vez; depois de empate sem gols, o anfitrião México foi eliminado pela Alemanha Ocidental por 4x1; e, em um jogo marcante, Brasil e França ficaram no 1x1, com direito a pênalti perdido pelo brasileiro Zico. Na decisão por pênaltis, Platini jogou sua cobrança para fora, mas os franceses venceram por 4x3 e chegaram às semifinais pela segunda vez seguida. Mas o grande jogo foi, sem dúvidas, Argentina e Inglaterra. Em um jogo de extrema rivalidade extra-campo, devido à Guerra das Malvinas (ou Falklands, como chamam os britânicos), o craque Diego Maradona arrebentou. Após um 1º tempo sem gols, "El Pibe D'Oro" abriu o placar para a Argentina aos 6 da etapa final, com um gol marcado escandalosamente com a mão. Quatro minutos depois, driblou meio time da Inglaterra e marcou um gol antológico, talvez o mais belo de todos os Mundiais. Aos 36, os ingleses diminuíram, com Gary Lineker. Embora tenha forçado nos dez minutos restantes, os britânicos disseram adeus à Copa do Mundo de 1986.

Nas semifinais, mais uma vez, Maradona brilhou e marcou os dois gols argentinos na vitória por 2x0 sobre a Bélgica. Pelo mesmo placar, os alemães eliminaram a França pela segunda semifinal de Copa do Mundo seguida.

16 anos depois, o estádio Azteca, na Cidade do México, voltou a ser o centro do mundo da bola. Alemanha Ocidental e Argentina foram a campo em busca de mais um título mundial, o terceiro para os europeus, o segundo para o país sul-americano. Aos 23 minutos, Brown abriu o placar para a Argentina. No segundo tempo, aos 10, Jorge Valdano fez 2x0. Mas a Alemanha Ocidental não desistiu e diminuiu aos 29, com Karl-Heinz Rummenigge, colocando fogo no jogo. Tanto fogo que, seis minutos mais tarde, chegou ao empate, com Rudi Völler. Porém, apenas três minutos depois, Burruchaga marcou o gol do título da Argentina: 3x2. Em uma final épica, os argentinos conquistaram a Copa do Mundo pela 2ª vez na história, ficando bem próximos dos recordistas Brasil e Itália, ambos com três títulos até então.


Diego Maradona: ele foi notório nos três Mundiais

1990 - Itália

Pela 2ª vez na história, a Itália sediou a Copa do Mundo. Dessa vez, muitas diferenças haviam em relação a 60 anos antes. A Copa já era uma competição consolidada e já não havia boicotes, como o do Uruguai, em 1934. Pelo contrário, as seleções faziam de tudo para jogar o Mundial. Como o Chile, por exemplo, que teve o goleiro Rojas simulando ter sido atingido por um sinalisador, na partida contra o Brasil, no Rio de Janeiro, para forçar o encerramento do jogo, uma possível desclassificação brasileira e evitar a eliminação chilena naquele dia. Não adiantou: foi banido do futebol pela FIFA e o Chile foi impedido de jogar as eliminatórias para 1994.

O regulamento de 1986 foi integralmente mantido e a única ausência mais sentida foi a da França, semifinalista nas duas edições anteriores.

Após uma 1ª fase que nenhum favorito ficou pelo caminho, as oitavas-de-final colocaram frente-a-frente ninguém menos que Brasil e Argentina. Os brasileiros tinham 100% de aproveitamento, mas não empolgavam. Já os argentinos, sofreram para passar da 1ª fase. O Brasil jogou melhor o jogo inteiro, mas, aos 35 do 2º tempo, após grande jogada, Maradona deixou Caniggia na cara do gol. Oportunista, ele não desperdiçou: 1x0 para a Argentina, e o Brasil saiu da Copa do Mundo com uma participação das mais amargas. Em outro confronto entre campeões, a anfitriã Itália venceu o Uruguai por 2x0. Mas um jogo que chamou a atenção de todos foi Colômbia x Camarões. Após empate em 0x0 no tempo normal, Camarões venceu a prorrogação por 2x1, com dois gols de Roger Milla, um deles numa lambança do folclórico goleiro Higuita (tentou ir driblando até o meio de campo e perdeu a bola, quando já perdia por 1x0) e se tornou o 1º país africano a chegar às 4as de final.

Nas quartas, a Argentina venceu a Iugoslávia, nos pênatis, por 3x2, com direito a cobrança perdida por Maradona, após empate em 0x0, e se classificou para as semifinais. Itália e Alemanha Ocidental fizeram 1x0 em Irlanda e Tchecoslováquia, respectivamente, e também avançaram. Com um gol na prorrogação, a Inglaterra venceu Camarões por 3x2 e chegou às semifinais pela 2ª vez na história, colocando um ponto final na melhor campanha de um país africano em Copas do Mundo até então.

Nas semifinais, os dois confrontos foram para os pênaltis. Após empate em 1x1, a Alemanha Ocidental venceu a Inglaterra por 4x3 e se tornou o primeiro país a chegar três vezes seguidas à final. Na outra partida, Maradona, considerado um deus em Nápoles, foi ao estádio San Paolo como adversário - e soltou palavrões contra a mesma torcida que até hoje o endeusa, quando a mesma vaiou o hino argentino. Com a bola rolando, Itália e Argentina ficaram no 1x1. Nos pênaltis, após defender duas cobranças italianas, o goleiro Goycochea garantiu a Argentina na final pela 4ª vez na história, a terceira em quatro edições.

Pela primeira- e até hoje única vez na história, a mesma final se repetiu por duas edições seguidas: Alemanha Ocidental x Argentina. O jogo, disputado no estádio Olímpico de Roma, ia se arrastando para o primeiro 0x0 em final de Copa do Mundo quando, aos 40 minutos do segundo tempo, o árbitro marcou pênalti para os alemães. Andreas Brehme foi para a cobrança e não titubeou: 1x0. A Alemanha Ocidental se vingava de quatro anos antes, conquistava a Copa do Mundo pela 3ª vez e se igualava a Brasil e Itália como a maior campeã da história.

1994 - Estados Unidos

Os Estados Unidos nunca foram muito fãs do futebol. Mas são o maior mercado consumidor do mundo. Por isso, a FIFA resolveu "investir" no país e levou a Copa do Mundo de 1994 para lá. E os americanos não decepcionaram, batendo recordes de público que perduram até hoje. O único problema foram os horários, com alguns jogos sendo disputados ao meio-dia, em pleno calor do Texas, por exemplo.

O regulamento das edições anteriores foi mantido, e dois ex-campeões não foram à América do Norte: Uruguai e Inglaterra.

A 1ª fase não teve surpresas, apenas um destaque negativo: o craque Diego Maradona foi suspenso do Mundial, após ser pego no exame anti-doping. Terminava, de forma melancólica, a participação de "El Pibe" em Copas do Mundo.

Nas oitavas-de-final, destaque para o jogo entre o Brasil e os anfitriões americanos. O Brasil suou, mas venceu por 1x0 e avançou às quartas. A Argentina, abalada pela perda de Maradona, acabou caindo diante da Romênia.

Nas quartas-de-final, em um jogo quente, a Itália, que havia feito péssima 1ª fase e quase foi eliminada, venceu a Espanha por 2x1. Nos pênaltis, a Suécia eliminou a Romênia, enquanto, numa zebra histórica, a Alemanha (agora reunificada) perdeu para a Bulgária por 2x1, de virada, e foi eliminada. O grande jogo dessa fase foi Brasil x Holanda, com gols só no 2º tempo. Aos oito minutos, Romário abriu o placar para o Brasil. Aos 18, Bebeto fez 2x0. Um minuto depois, Dennis Berkamp diminuiu para os holandeses, e Aron Winter empatou aos 31. Mas, cinco minutos mais tarde, Branco acertou uma bela cobrança de falta, fez 3x2 e colocou o Brasil nas semifinais.

Nas semi, o Brasil, com sufoco, venceu a Suécia por 1x0 e garantiu sua volta à final após 24 anos. Do outro lado, a Itália, com dois gols de Roberto Baggio, venceu a Bulgária por 2x1 e também se garantiu na decisão.

Após 24 anos, Brasil e Itália voltavam a decidir uma Copa do Mundo. E, assim como em 1970, quem vencesse se isolaria como o maior campeão da história das Copas. Não faltaram oportunidades de gol na partida disputada no estádio Rose Bowl, em Pasadena, nas cercanias de Los Angeles. Até mesmo o sempre oportunista Romário perdeu gols incríveis. E, pela primeira vez na história, uma final de Copa do Mundo termina em 0x0 e o título mundial seria definido nos pênaltis.

Na 1ª série, os zagueiros Franco Baresi, da Itália, e Márcio Santos, do Brasil, erraram suas cobranças. Na sequência, o italiano Albertini e o brasileiro Romário tiraram o zero do placar. Evani, para a Itália, e Branco, para o Brasil, também converteram suas cobranças. Na 4ª série, Taffarel defendeu a cobrança do italiano Massaro, e Dunga colocou o Brasil em vantagem. A quinta cobrança italiana coube a Roberto Baggio, melhor jogador do mundo na época. O craque da Juventus jogou a bola por cima do gol. Após longos 24 anos de espera, o Brasil pôde, enfim, comemorar seu 4º título mundial. A hegemonia era, de novo, verde e amarela.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Que vença o melhor?

O futebol é um esporte caracterizado pelo fato de que nem sempre vence o melhor. Nas década de 1970 e 1980, duas seleções encantaram o mundo em seus respectivos Mundiais, mas não foram campeãs: a Holanda de 1974 e o Brasil de 1982. Além disso, nesse mesmo período, a Argentina ganhou a Copa do Mundo de 1978 após uma partida suspeita contra o Peru, que teria envolvido até mesmo os líderes ditatoriais de ambos os países. Por outro lado, nesse período, a Copa do Mundo ganhou um novo troféu, para substituir a Taça Jules Rimet, de posse definitiva do Brasil: a Taça FIFA. E, curiosamente, a nova taça era verde e amarela.
Taça FIFA: o troféu do campeão do mundo a partir de 1974

1974 - Alemanha Ocidental

Em 1974, a Copa do Mundo chegou a sua 10ª edição. E o país escolhido para ser a sede foi a Alemanha Ocidental.

O regulamento daquele ano sofreu alterações: os oito classificados da 1ª fase não mais iriam para um mata-mata. Eram novamente divididos em grupos de 4 equipes cada, sendo que o 1º de cada um iria para a final. Havia apenas uma ausência sentida: a Inglaterra.

A 1ª fase não sofreu alterações em relação aos anos anteriores. E colocou frente-a-frente Alemanha Ocidental contra Alemanha Oriental. O jogo foi realizado na última rodada, com os ocidentais já classificados. "Correndo para não chegar", os ocidentais perderam por 1x0, supostamente para passar em 2º e ficar num grupo mais fácil na 2ª fase, enquanto os orientais, em sua única participação em Munidais, enfrentariam o campeão Brasil, a Argentina e a sensação Holanda. Mais uma vez, Itália e Uruguai deram vexame e foram eliminados logo de cara.

A 2ª fase teve em um grupo Brasil, Holanda, Argentina e Alemanha Oriental, e no outro, Alemanha Ocidental, Polônia, Suécia e Iugoslávia. Em um grupo fraco, os anfitriões passaram fácil, com 100% de aproveitamento, e chegam à sua 3ª final de Copa do Mundo. No outro grupo, Brasil e Holanda chegaram à última rodada para decidir a vaga. Ambos haviam vencido seus dois primeiros jogos (a Holanda, inclusive, fez 4x0 na Argentina). Usando a tática do "Carrossel Holandês", focada na alta rotatividade de posições dos jogadores, a Laranja Mecânica, como ficou conhecido aquele time, venceu por 2x0 e se classificou para a sua 1ª final de Copa do Mundo.
A final, disputada no estádio Olímpico de Munique, foi decidia toda no 1º tempo. Logo aos dois minutos, Neeskens, de pênalti, abriu o placar para a Holanda. Aos 25, também de pênalti, Breitner empatou para os alemães. E aos 43, Gerd Müller virou para 2x1. Todo o 2º tempo não foi o suficiente para os holandeses evitarem a glória alemã. Pela 2ª vez na história, a Alemanha Ocidental era campeã do mundo. E, dessa vez, não mais como zebra, mas sim confirmando que está no seleto grupo dos gigantes.

1978 - Argentina

No final da década de 1970, a Copa do Mundo desembarcou na Argentina, em plena ditadura militar (que dominava não só esse país como também grande parte da América Latina). Por isso, o craque holandês Johan Cruijff se recusou a disputar esse Mundial.

Assim como em 1974, as seleções eram divididas em grupos com quatro equipes cada, tanto na 1ª quanto na 2ª fase. Dentre as ausências, dois ex-campeões: Uruguai e Inglaterra.

Após uma 1ª fase sem surpresas, os países foram divididos da seguinte forma na 2ª: o grupo 1 contou com Itália, Áustria e os finalistas de 1974, Alemanha Ocidental e Holanda. A Laranja Mecânica venceu italianos e austríacos e empatou com os alemães, somando 5 pontos e garantindo o 1º lugar e a vaga para a final. Já no grupo 2, ficaram Brasil, Argentina, Peru e Polônia. Brasileiros e argentinos chegaram empatados à última rodada. O Brasil venceu a Polônia por 3x1, resultado que obrigava a Argentina a vencer o Peru por, no mínimo, 4 gols de diferença. Venceu por 6x0 e garantiu o retorno a uma final de Copa do Mundo após 48 anos. Porém muitas polêmicas surgiram à cerca desse jogo. Há quem diga até que houve envolvimento dos ditadores de ambos os países. Houve muita disconfiança também em cima do goleiro do Peru, Quiroga, que era argentino de nascimento e falhou em vários gols. Mas o fato é que, passados mais de 30 anos, nada foi provado até hoje.

A final foi disputada no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Argentina e Holanda tinham um histórico em comum, pois ambas haviam jogado uma final e perdido. Os argentinos perderam a final da 1ª Copa, em 1930, enquanto os holandeses eram os atuais vice-campeões. Dessa vez, um deles daria um passo além.

Quando a bola rolou, demorou para o jogo sair do 0x0. O 1º gol só saiu aos 37 minutos, marcado pelo argentino Mario Kempes. E o segundo tempo também foi na mesma toada, até que a Holanda chegou ao empate também aos 37, com Nanninga. O empate em 1x1 levou a decisão para a prorrogação. Aos 9 minutos da 1ª parte, Mario Kempes marcou seu segundo gol no jogo, o sexto na Copa, isolando-se na artilharia. E, aos 15, Bertoni fez o terceiro. A Holanda teve mais 15 minutos para correr atrás, mas de nada adiantou. A Argentina venceu por 3x1 e conquistou a Copa do Mundo pela 1ª vez na história, colocando seu nome de vez entre os gigantes do mundo da bola.

1982 - Espanha

A Copa do Mundo contou com uma grande mudança no regulamento em 1982. O número de participantes saltou de 16 para 24. Na 1ª fase, as seleções eram divididas em 6 grupos com quatro esquipes cada, classificando-se os dois primeiros para a 2ª fase, onde eram divididos em 4 grupos com três países. O bicampeão Uruguai mais uma vez ficou de fora.

A fase inicial não teve surpresas, mas registrou a maior goleada da história das Copas: Hungria 10x1 El Salvador, pela 1ª rodada. Mas essa acabou sendo a única vitória dos húngaros, que foram eliminados.

Na 2ª fase, como já dito, houveram 4 grupos. No Grupo 1, a Polônia superou a URSS no saldo de gols e garantiu o 1º lugar e a vaga nas semifinais (a Bélgica era o outro país do grupo). No grupo 2, a anfitriã Espanha, que já havia feito uma fraca 1ª fase, com direito a empate contra Honduras e derrota para Irlanda do Norte, decepcionou mais uma vez e terminou em último. A Alemanha Ocidental fez um ponto a mais que a Inglaterra e se garantiu nas semi. O grupo 3 era o mais forte. Na 1ª rodada, a desacreditada Itália, que havia empatado todos os jogos na fase anterior, venceu a atual campeã Argentina por 2x1. Na 2ª rodada, em um jogo obviamente quente, o Brasil venceu a Argentina por 3x1 e, não só eliminou a rival, como também garantiu a vantagem do empate na última rodada.

Na rodada final, Brasil e Itália se enfrentaram no estádio de Sarriá, em Barcelona. A Azzurra abriu o placar já aos 5 minutos, com Paolo Rossi. Aos 12, Sócrates empatou para o Brasil e, aos 25, Paolo Rossi colocou a Itália de novo na frente, 2x1. No 2º tempo, aos 23, Falcão deixou tudo igual novamente, 2x2, resultado que classificava o Brasil para as semifinais. Mas, seis minutos depois, Paolo Rossi, que antes dessa partida ainda não havia marcado nenhum gol na Copa, marcou o seu terceiro no jogo e fez 3x2 para a Itália. O Brasil presionou, chegou perto, mas não conseguiu o gol que precisava para se classificar. A Itália, após fraca 1ª fase, ganhou força e chegou às semifinais, eliminando uma das melhores seleções já montadas pelo Brasil em Mundiais.

No grupo 4, a França passou fácil por Áustria e Irlanda do Norte e se classificou para as semifinais após 24 anos sem chegar entre os quatro primeiros.

Nas semi, a Itália confirmou seu forte crescimento e venceu a Polônia por 2x0, com outra atuação decisiva de Rossi, autor dos dois gols, e se classificou para a final pela 4ª vez. Na outra semifinal, após empate em 3x3, Alemanha Ocidental e França fizeram a 1ª decisão por pênaltis da história das Copas. Os alemães venceram por 5x4 e também se garantiram em sua 4ª final de Copa do Mundo.

A decisão, disputada no estádio Santiago Bernabéu, em Madri, reuniu quatro títulos mundias em campo. Duas seleções acostumadas com finais e, mais do que isso, acostumadas a vencer. Os gols só saíram no 2º tempo. Aos 12, Paolo Rossi mostrou que, assim como sua equipe, cresceu na hora certa e abriu o placar para a Azzurra. Aos 24, Tardelli fez o segundo. Aos 36, Altobelli fez 3x0, deixando a Itália com as duas mãos na taça. Dois minutos depois, Breitner, remanescente do título de 1974, diminuiu para a Alemanha Ocidental, mas já era tarde.

Com a vitória por 3x1, a Itália saiu da fila, voltou a ganhar a Copa do Mundo após incríveis 44 anos de espera e se igualou ao Brasil como o recordistas de títulos mundias, com três taças cada.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A posse definitiva

Segundo a regra, a Taça Jules Rimet era de posse transitória. Ficava com o campeão do mundo até a Copa seguinte, quando essa voltava para a FIFA e o país em questão recebia uma réplica oficial. Mas isso só duraria até algum país acumular três títulos mundiais e passar até a posse definitiva do troféu. Até então, Uruguai e Itália, com dois títulos cada, estavam mais próximos da conquista. Porém, ela não foi nem para um lado, nem para o outro. O dono da Jules Rimet vestia uma camisa amarela.

1962 - Chile

Em 1962, pela 3ª vez na história, a Copa do Mundo foi realizada na América do Sul, com o palco da vez sendo o Chile.

O regulamento foi mantido em relação a quatro anos antes.

A 1ª fase marcou as eliminações da Argentina, pelo segundo mundial seguido, e dos bicampeões Uruguai e Itália, que já haviam dado vexame em 1958, quando sequer passaram das eliminatórias.

Nas quartas-de-final, a surpreendente Iugoslávia eliminou a Alemanha Ocidental, enquanto, em um confronto de favoritos, o Brasil venceu a Inglaterra por 3x1.

Nas semifinais, houve, de um lado, um duelo europeu, entre Iugoslávia e Tchecoslováquia, e do outro, um confronto sul-americano, entre os anfitriões do Chile e os atuais campeões do Brasil. Os tchecoslovacos, que venceram por 1x0, e os brasileiros, que ganharam de 3x1, avançaram à decisão.

A final, disputada no estádio Nacional de Santiago, teve como grande protagonista o brasileiro Garrincha. Campeão em 1958, assumiu a responsabilidade em 1962 após a contusão de Pelé, que só jogou os dois primeiros jogos do torneio. Garrincha não marcou, mas brilhou na virada de 3x1 que garantiu o bicampeonato mundial à Seleção Brasileira.



Garrincha e Pelé

1966 - Inglaterra

No período pré-guerra, a Inglaterra boicotava a Copa do Mundo, pois não concordava com a FIFA sendo a entidade máxima do futebol mundial. Porém, a partir de 1950, os ingleses resolveram mudar de postura e aderiram à competição, ao ponto de tornarem-se sede em 1966. Na 1ª fase, que seguia o mesmo modelo das edições anteriores, várias zebras ocorreram. A maior delas, sem dúvidas, foi a eliminação do atual bicampeão Brasil. Mas os brasileiros não foram só: a também bicampeã Itália mais uma vez não avançou à 2ª fase, assim como o Chile, semifinalista em 1962. Mas surpresas positivas também aconteceram, como a classificação dos estreantes Portugal e Coreia do Norte.

Ambas as seleções se enfrentariam num jogo épico nas quartas-de-final, com os norte-coreanos abrindo 3x0, mas sofrendo a virada para 5x3, com um show de Eusébio, artilheiro daquele Mundial. Ainda nas quartas, a Alemanha Ocidental atropelou o Uruguai, por 4x0, enquanto, num confronto que passaria a ser de grande rivalidade anos mais tarde, os anfitriões ingleses eliminaram a Argentina por 1x0.
Nas semifinais, os dois jogos terminaram em 2x1: para a Inglaterra, contra Portugal, e para a Alemanha Ocidental, contra a União Soviética.


A final, disputada no lendário estádio Wembley, em Londres, o maior templo do futebol mundial, foi emocionante. Aos 12 minutos do 1º tempo, Haller fez 1x0 para os alemães. Aos 18, Hurst empatou para os donos da casa. Na 2ª etapa, aos 33, Peters virou para a Inglaterra, mas a Alemanha Ocidental empatou com Weber, aos 44 minutos do 2º tempo.


Na prorrogação, Hurst marcou um gol polêmico, aos 11 minutos da 1ªa parte. Polêmico porque a bola não entrou, mas o tento foi validado mesmo assim. No último minuto da prorrogação, Hurst fez o seu terceiro gol: 4x2 para a Inglaterra. Os inventores do futebol agora eram também os campeões do mundo!

1970 - México

Pela 1ª vez na história, a Copa do Mundo não foi disputada nem na Europa nem na América do Sul. O palco da vez foi a América do Norte, mais precisamente o México, país de seleção sempre presente nos Mundiais.


O regulamento das edições anteriores foi mantido, mas duas novas regras, hoje essenciais, foram introduzidas no jogo: as substituições de jogadores (duas para cada equipe) e os cartões amarelo e vermelho.


Houve uma ausência sentida: a Argentina, que não conseguiu se classificar à Copa, perdendo sua vaga para o Peru. Na 1ª fase, a única surpresa foi o pífio desempenho da sempre forte Tchecoslováquia, que perdeu todos os seus três jogos. Mas o quem mais marcou foi a Itália, que conseguiu avançar para a 2ª fase pela primeira vez desde o título de 1938. O Uruguai, outro bicampeão que vinha de campanhas fracas, também se classificou.


Nas quartas-de-final, Brasil e Uruguai confirmaram suas respectivas classificações, enquanto a Itália humilhava os anfitriões mexicanos por 4x1 e a Alemanha Ocidental se vingava da Inglaterra, com uma vitória por 3x2, com direito a prorrogação, assim como quatro anos antes.
Às semifinais, chegaram três bicampeões. Como previa a FIFA, o primeiro que conquistasse três títulos passaria a ter a posse definitiva da Taça Jules Rimet. Ou seja, se o campeão fosse Itália, Uruguai ou Brasil, a FIFA teria de criar um novo troféu. Se a Alemanha Ocidental fosse a campeã, essa se igualaria às rivais e levaria a "decisão" para 1974, quando jogaria em casa.

No confronto sul-americano, o Brasil venceu o Uruguai por 3x1 e chegou à final pela terceira vez em 4 edições. Do outro lado, Itália e Alemanha Ocidental fizeram um jogo que é considerado por muitos como o maior da história das Copas. Bosinegna abriu o placar para a Azzurra logo aos 7 minutos de jogo. Mas, no último minuto, a Alemanha chega ao empate, com Schnellinger, forçando uma prorrogação. A partir daí, mais meia hora de bola rolando, que valeu mais que duas partidas inteiras. Aos 5 minutos, Gerd Müller virou para a Alemanha, mas Burgnich empatou 3 minutos depois. Ainda na 1ª parte, Riva fez 3x2 para a Itália. No 2º tempo, ao 10, Gerd Müller marcou seu 10º gol naquela Copa, sendo o artilheiro da competição e empatando novamente. Porém, dois minutos depois, Rivera marca. A Itália vence por 4x3 e, após exaustiva prorrogação, volta a uma final de Copa do Mundo após 32 anos. E vale ressaltar que o craque alemão Franz Beckembauer jogou parte do jogo com uma tipóia, pois havia fraturado a clavícula e a Alemanha Ocidental já havia feito as 2 substituições permitidas na época.


Portanto, a final, no estádio Azteca, na Cidade do México, definira o primeiro tricampeão do mundo e o destino final da Jules Rimet. O Brasil apostava, além do incrível time, formado por Pelé (em sua última Copa), Gérson, Tostão, Jairzinho, Rivellino, etc., no cansaço italiano, após a batalha contra os alemães. Quando a bola rolou, Pelé abriu o placar para o Brasil, mas Bosinegna empatou para a Itália ainda no 1º tempo. Na 2ª etapa, como previsto, a Azzurra começou a sentir o cansaço e a festa brasileira começou a ser armada. Gérson, aos 20, colocou o Brasil de novo na frente, e, cinco minutos depois, Jairzinho, que marcou em todos os jogos dos brasileiros naquela Copa, fez 3x1. Aos 41, o Brasil ainda conseguiu o quarto gol, marcado pelo capitão Carlos Alberto. 4x1, Brasil, o primeiro tricamepão mundial e dono definitivo da Taça Jules Rimet. Pelo menos até 1983, quando foi roubada da sede da CBF. Mas aí já é outra história...