domingo, 4 de julho de 2010

Supremacia europeia



A América do Sul teve 5 representantes na Copa do Mundo 2010: Brasil, Argentina, Ururguai, Paraguai e Chile. Todos foram além além da 1ª fase, e o único que caiu nas oitavas foi o Chile, em um duelo "caseiro" contra o Brasil.

Porém, nas quartas-de-final, o "império" sul-americano na África caiu. Em um duelo de gigantes, Argentina e Alemanha repetiram o confronto que ocorreu na mesma fase há quatro anos. E, assim como em 2006, os "hermanos" viram chegar ao fim o sonho do tricampeonato. Logo no começo do jogo, Tomas Müller fez 1x0 para os alemães, placar que persistiu por toda a 1ª etapa. No 2º tempo, os argentinos começaram arriscando mais, enquanto a Alemanha tentava segurar a vantagem no marcador. Até que, aos 23 minutos, Miroslav Klose fez o segundo gol alemão. Cinco minutos mais tarde, Friederich fez 3x0, praticamente colocando a Alemanha nas semifinais. Ainda houve tempo para Klose marcar mais uma vez e dar o golpe de misericórdia: 4x0. Maradona se despedia de sua primeira Copa do Mundo como treinador de forma humilhante. Messi seguia a sina de outros nomes, como Ronaldinho e Figo, que chegaram em mundiais como os melhores do mundo, mas decepcionaram. Já os germânicos, se fortaleceram ainda mais, após eliminar dois concorrentes ao título com goleadas históricas, e já passam a ser dados por muitos como os grandes favoritos ao título.

Um dia antes, foi a vez de o Brasil dar adeus a África do Sul. Diante da Holanda, a seleção pentacampeã abriu o placar no começo do jogo, com gol de Robinho, após lindo lançamento do sempre criticado Felipe Melo. E dominou todo o 1º tempo, porém, desperdiçando as oportunidades de ampliar e ficar mais próxima das semifinais. E pagou muito caro por isso, pois, no 2º tempo, a Holanda voltou outro time. Aos sete minutos, cruzamento na área brasileira e Felipe Melo desvia para as próprias redes: era o empate holandês. O Brasil sentiu muito o gol, e pouco produziu depois deisso. A Holanda, ao contrário, cresceu no jogo, até que, aos 22 minutos, após outro cruzamento, Sneijder, de cabeça, virou o jogo, 2x1. Se já havia sentido o empate, o Brasil se descontrolou totalmente após a virada, ao ponto de Felipe Melo dar um pisão em Robben e ser expulso, justificando o temor de muitos brasileiros desde que o jogador fora convocado. Felipe, aliás, viu o céu e o inferno no mesmo jogo: deu o grande lançamento que resultou no gol de Robinho, marcou um gol contra e foi expulso. No mais, o que se viu foi um Brasil desesperado, sem condições alguma de reverter a situação, e uma Holanda consciente de que só precisaria esperar o tempo passar. Terminava assim o sonho verde e amarelo de ganhar sua terceira Copa do Mundo fora da América.

Outro sul-americano que comprou a passagem de volta para o lado de cá do Atlântico foi o Paraguai, que caiu diante da Espanha, em um jogo emocionante e, mais uma vez, com arbitragem desastrosa. Após um 1º tempo em que as marcações prevaleceram, a segunda etapa foi emocionante. Aos treze minutos, pênalti para o Paraguai: Óscar Cardozo cobra, mas Casillas defende. Na sequência, outro pênalti, dessa vez, inexistente e marcado a favor da Espanha. Xabi Alonso cobrou e marcou, mas a cobrança foi invalidada, devido a invasão na área. Curiosamente, também houve invasão à área no pênalti desperdiçado pelos paraguaios, mas a arbitragem fez vistas grossas. Quando Xabi Alonso cobrou novamente, Villar defendeu, segurando o placar em branco. Mas a lambança da arbitragem não acabou aí: no rebote, Fábregas sofreu pênalti claro, que não foi marcado. E o final dessa história não poderia ser mais emocionante. Iniesta faz grande jogada, toca para Pedro, que manda na trave. No rebote, David Villa, sempre ele, marca para a Espanha. A bola ainda bate nas duas traves, antes de entrar. Chegava ao fim a melhor campanha paraguaia em Mundiais. Já a Espanha, chega pela segunda vez na história entre os quatro melhores, mantendo vivo o sonho de, enfim, sair da fila.

E por pouco a América do Sul não ficou totalmente de fora das semifinais, como ocorreu em 2006. E o desastre só não se repetiu graças às novas "manos de díos". Em um jogo apontado por muitos como o melhor até agora, Gana e Uruguai se enfrentaram para definir o adversário da Holanda. Nos acréscimos do 1º tempo, Muntari abriu o placar para os africanos. Mas, já no início da segunda etapa, Diego Forlán, cobrando falta, empatou para a Celeste. Nenhuma equipe conseguiu se sobrepor à outra, e a partida terminou mesmo no 1x1, indo para a prorrogação. E o momento mais emocionante da Copa 2010 ocorreu exatamente no último minuto da segunda parte. Após bate - e - rebate na área uruguaia, o atacante Luís Suarez espalma a bola, em cima da linha, evitando o iminente gol ganês: pênalti e cartão vermelho. Na cobrança, Asamoah Gyan carimba o travessão, e a vaga que estava tão próxima acabou parando na loteria dos pênaltis. Por aquelas ironias do futebol, a primeira cobrança de Gana foi executada pelo próprio Gyan, que, desta vez, converteu com perfeição. Porém, na sequência, brilhou a estrela do goleiro uruguaio Muslera, que defendeu duas cobranças ganesas e garantiu o Uruguai de volta às semifinais de Copas do Mundo após 40 anos. Enquanto isso, Gana via chegar ao final, de forma incrível, o sonho de ser o primeiro africano entre os quatro melhores. Quem sabe em 2014?

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